Nova pesquisa sugere que a Amazônia pode desaparecer em 50 anos
Uma nova pesquisa aponta que a Amazônia corre o risco de desaparecer em breve. O estudo, elaborado por cientistas de universidades britânicas, alerta que a floresta está chegando perto de seu limite. De acordo com eles, a região amazônica pode se transformar em uma imensa savana em um período de 50 anos.
A pesquisa, publicada pela revista Nature Communications, aborda a velocidade na qual diferentes ecossistemas desaparecem após atingirem um "ponto de não retorno". Ao chegar a esse pico, ocorreria um colapso do ecossistema e uma rápida substituição por um ecossistema alternativo. Os cientistas sugerem que a Amazônia e a Austrália estão atualmente à beira desse precipício, devido aos incêndios que atingiram recentemente as duas regiões. Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores analisaram 42 casos prévios do que eles classificam como "mudanças de regime".
"Infelizmente, o que nosso estudo revela é que a humanidade precisa se preparar para mudanças que acontecerão muito antes do esperado", diz Simon Willcock, da Escola de Ciências Naturais da Universidade de Bangor, no País de Gales. Segundo ele, essas transformações terão consequências que envolvem desde alimentos e matérias-primas até o oxigênio e a água que consumimos.
Entretanto, o estudo não foi recebido com unanimidade pela comunidade científica. Erika Berenguer, pesquisadora das universidades de Oxford e Lancaster, disse que o trabalho se baseia muito em dados de lagos e oceanos, o que não seria útil para avaliar a situação de uma floresta tropical. "Embora não haja dúvida de que a Amazônia corre um grande risco e que um ponto de inflexão é provável, essas alegações exageradas não ajudam a ciência nem a formulação de políticas públicas eficientes", afirmou.
Fontes: IFLScience, The Guardian e Universidade de Bangor
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