Novo estudo reforça possibilidade de existência de vida em lua de Júpiter
Pesquisadores descobriram que a presença de bolsões de água em Europa, uma das luas de Júpiter, pode ser mais comum do que se imaginava. Isso reforça a possibilidade de que o local tem potencial para abrigar vida, hipótese já levantada pela NASA. Um estudo a respeito do tema foi publicado na revista Nature Communications.
Vida em Europa, lua de Júpiter
Anteriormente, os cientistas acreditavam que a água de Europa ficasse inteiramente situada em regiões muito profundas, sob uma grossa camada de gelo. Mas o novo estudo indica que o líquido também pode existir em bolsões mais próximos da superfície. Evidências disso surgiram quando os cientistas notaram que os sulcos paralelos que se estendem por centenas de quilômetros na lua de Júpiter eram semelhantes aos observados na camada de gelo da Groenlândia.
Segundo os cientistas, se esses sulcos se formaram de maneira semelhante ao que aconteceu na Groenlândia, então bolsões de água subterrânea podem ser abundantes em Europa. “Por estar mais perto da superfície, de onde você obtém substâncias químicas interessantes do espaço, de outras luas e dos vulcões de Io, existe a possibilidade de que a vida exista caso haja bolsões de água na camada (de gelo)", disse Dustin Schroeder, professor de geofísica na Universidade de Stanford e principal autor do estudo.
Acredita-se que a água abaixo da superfície congelada da lua de Júpiter é salgada e talvez aquecida por fontes hidrotermais, o que ofereceria condições para a existência de vida. Em 2020, a cientista Monica Grady, professora da Universidade Liverpool Hope, na Inglaterra, afirmou que "tem quase certeza" da presença de seres vivos no local. "Acho que existem chances de haver formas de vida superiores em Europa, com inteligência similar a dos polvos, talvez", disse na ocasião.
A NASA planeja enviar uma espaçonave para Europa em 2025. Para procurar seres vivos por lá será necessário um explorador aquático resistente, capaz de navegar sozinho em um oceano alienígena sob camadas de gelo com 10 a 19 quilômetros de espessura. Para essa missão, a agência espacial está testando um equipamento na Antártida capaz de vasculhar superfícies congeladas em busca de vida.