O dia em que Isaac Newton receitou vômito de sapo para curar a pandemia de Peste
O gênio Isaac Newton fez algumas de suas maiores descobertas durante a quarentena para evitar a propagação da Peste Negra, que devastou a Inglaterra entre 1665 e 1666. Com o fechamento temporário da Universidade de Cambridge ele se isolou em uma propriedade da família, resultando em um dos períodos mais férteis da vida intelectual do cientista. Quando a pandemia terminou, ele ficou obcecado pela doença e passou a estudá-la com dedicação.
Um dos livros que Newton leu em 1667 se chamava De Peste, escrito por Jan Baptist van Helmont. A edição da obra que pertenceu ao cientista está sendo leiloada agora na Inglaterra. Em suas páginas, há diversas anotações feitas por Newton. Entre elas está uma bizarra receita que ele acreditava poder combater a doença.
Apesar de Newton ter feito observações pertinentes sobre a propagação da peste (como evitar locais com registros de infecção pela doença), ele também sugeriu algo estranho: o preparo de um remédio contendo vômito de sapo. Ele acreditava que a melhor maneira para curar a enfermidade seria suspender um sapo “pelas pernas em uma chaminé por três dias”, recolher seu vômito “com vários insetos, em um prato de cera amarela”. O próximo passo seria misturar “sapo em pó com [suas] próprias excreções” para fazer pastilhas que seriam “usadas sobre a área afetada” e “banir o contágio”.
É bom lembrar que naquela época o método científico ainda não estava consolidado e que essas ideias extravagantes de Newton acabaram sendo descartadas. Após a morte do cientista, seus escritos foram doados à Universidade de Cambridge, que manteve apenas os estudos que envolviam matemática, física e astronomia. O material mais controverso, que envolvia alquimia, teologia e filosofia, foi vendido para colecionadores particulares.
Apesar de as anotações de Newton sobre a cura da peste não terem valor científico, elas são importantes do ponto de visto histórico. "Essas notas de rodapé de Newton são os únicos escritos significativos sobre o assunto produzidos pela maior mente científica do mundo de que se tem conhecimento", disse Darren Sutherland, especialista da casa de leilões Bonhams, que está vendendo o manuscrito.
Fonte: All That is Interesting
Imagem: John Vanderbank (1694–1739)/National Library of Wales Blue, via Wikimedia Commons; Shutterstock.com e Bonhams Fine Art Auctioneers and Valuers/Reprodução