O dia em que a URSS usou uma bomba nuclear para apagar um incêndio
Tradicionalmente, os incêndios em poços petrolíferos ou de gás podem ser extintos com explosões que geram uma espécie de “sopro” que acaba com as chamas ao privá-las de oxigênio. Mas em setembro de 1966, a União Soviética utilizou um método pouco convencional e um tanto extremo para apagar o fogo de um poço de gás na região de Urta-Bulak: a detonação de uma bomba nuclear de 30 quilotons.
Incêndio apagado com bomba nuclear
O incêndio no poço de Urta-Bulak era um problema sério, pois as chamas já estavam ardendo há três anos, causando perdas de mais de 12 milhões de metros cúbicos de gás por dia. Durante esse tempo, técnicas convencionais foram usadas para tentar apagar o fogo, mas não obtiveram sucesso. Segundo os cientistas, as temperaturas próximas eram tão altas que no caso de se utilizar TNT para conter as chamas, seria necessário uma quantidade enorme de explosivos e um poço paralelo de grande diâmetro.
Assim, para resolver a situação, os especialistas decidiram utilizar uma bomba nuclear que tinha o dobro de potência que a utilizada em Hiroshima. Os geólogos e físicos do programa nuclear soviético calcularam que se o artefato fosse detonado subterraneamente, a pressão gerada fecharia qualquer buraco em um raio de 25 a 50 metros da explosão, interrompendo o vazamento de gás e extinguindo as chamas.
Dois buracos inclinados, com pouco mais de 30 centímetros de largura, foram perfurados simultaneamente, o mais próximo possível do poço de gás atingido pelo fogo. A bomba nuclear foi lançada em um dos buracos, a uma profundidade de 1.400 metros, a uma distância estimada de 35 metros do incêndio. O buraco foi preenchido com cimento para conter a explosão e prevenir sua erupção na superfície.
Menos de um minuto após sua detonação os cientistas encarregados da façanha confirmaram que a operação havia sido um sucesso. Pela primeira vez, uma bomba nuclear havia sido usada para apagar um incêndio em um poço de gás. Felizmente, nenhum aumento de radioatividade acima do normal foi detectado em medições na região. Nos anos seguintes, a técnica voltou a ser usada mais algumas vezes em casos semelhantes no território soviético.
Fontes: Mirror, Daily Mail e Amusing Planet
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