O renascer dos telefones burros: celulares simples se tornam cada vez mais populares
Os smartphones têm tantas funções que muita gente nem imagina como seria voltar a viver sem eles. Apesar disso, um fenômeno curioso vem acontecendo ao redor do mundo. Especialistas afirmam que as vendas globais de "telefones burros”, também conhecidos como “tijolões” podem ter atingido um bilhão de unidades em 2020, frente a 400 milhões em 2019. Mas o que está por trás da volta desses aparelhos?
“Desintoxicação virtual"
Segundo o psicólogo Przemek Olenjniczak, esse tipo de tecnologia não se compara com os smartphones em termos de funcionalidades, mas oferece benefícios importantes. Entre eles, estão as baterias mais duráveis, a longevidade dos aparelhos e, sobretudo, a “desintoxicação virtual". Diferentemente dos celulares atuais, esses dispositivos não se conectam a redes sociais, provedores de e-mail, nem a nada que gere ansiedade ao usuário.
Além disso, outros fatores também contribuem para a volta dos "tijolões". "Parece que a moda, a nostalgia e sua aparição nos vídeos do TikTok têm um papel importante no ressurgimento dos telefones burros", disse Ernest Doku, especialista em dispositivos móveis, em entrevista à BBC. Segundo um estudo realizado pela empresa de software SEMrush, as buscas no Google para esses aparelhos aumentaram 89% entre 2018 e 2021.
Como nem todos estão dispostos a abrir mão de todas as funcionalidades dos smartphones, já existem empresas apostando na criação de uma nova geração de telefones um pouco menos burros. Esses aparelhos oferecem ao menos algumas características dos telefones modernos. Assim, companhias como a Light Phone, de Nova York, criaram dispositivos mais simples, mas que ao mesmo tempo permitem aos usuários escutar músicas e podcasts e conectar-se por Bluetooth aos fones de ouvido.