A origem da vida pode estar escondida nos diamantes
A análise dos materiais que se incrustam em diamantes durante seu período de formação, centenas de quilômetros abaixo da terra, fornecem dados essenciais para entender as origens da vida planetária. Uma das descobertas trazidas por eles foi a existência de oceanos gigantescos no interior da crosta terrestre, de acordo com estudos do programa Deep Carbon Observatory (DCO), formado por um grupo internacional de cientistas.
Os pesquisadores do DCO revelaram ainda a existência de múltiplas formas de vida a cerca de 5 quilômetros de profundidade, incluindo 70% das bactérias e arqueas (seres vivos semelhantes às bactérias), que totalizam 23 bilhões de toneladas de carbono. A descoberta se deu em grande parte graças à análise dos fragmentos minerais e das microscópicas bolhas de fluido e gás presentes nos diamantes.
Também foram encontrados aminoácidos e moléculas orgânicas complexas em rochas do leito do mar. Essas moléculas, consideradas os componentes básicos da vida, são formadas por síntese abiótica e nunca haviam sido observadas em registros geológicos. Os diamantes também revelaram evidências claras de que alguns hidrocarbonetos se formam a centenas de quilômetros de profundidade, muito além dos domínios das células vivas. Isso sugere que a vida se originou e evoluiu muito abaixo da superfície.
Essas descobertas científicas não trazem apenas dados significativos a respeito da investigação das origens da vida na Terra, mas também podem ajudar a procurar seres vivos fora do nosso planeta. Isso porque a existência de vida nas profundezas terrestres sugere que micróbios podem habitar a subsuperfície de outros planetas. Por exemplo, sabe-se agora que aminoácidos e moléculas orgânicas complexas são elementos básicos para a vida, e nunca antes haviam sido observados geologicamente.
Fontes: Science Daily e El Comercio
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