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Pela primeira vez, um planeta oval é descoberto

Fenômeno fez com que o WASP-103b ficasse com o formato de uma bola de rugby
Por History Channel Brasil em 28 de Janeiro de 2022 às 19:24 HS
Pela primeira vez, um planeta oval é descoberto-0

Astrônomos ficaram surpresos com a descoberta de um planeta de formato oval, o primeiro do gênero. Identificado com dados obtidos pelo Telescópio Espacial Cheops, da Agência Espacial Europeia (ESA),  o WASP-103b fica na constelação de Hércules, a 35 anos-luz da Terra. De acordo com os pesquisadores, o exoplaneta se deformou porque orbita muito próximo ao seu sol. 

Deformação gravitacional

É a primeira vez que os astrônomos detectam a deformação de um exoplaneta. A descoberta comprova teorias sobre o impacto gravitacional de grandes sóis em planetas de órbita próxima. O WASP-103b orbita uma estrela hospedeira chamada WASP-103, aproximadamente 200 graus mais quente e 1,7 vezes maior que o nosso Sol.

Planeta oval WASP-103b

A força gravitacional do Sol tem um impacto nas marés da Terra, mas nosso planeta está longe o suficiente para que haja qualquer tipo de deformação. O WASP-103b, por outro lado, orbita sua estrela em menos de um dia e tem 1,5 vezes a massa e quase o dobro do tamanho de Júpiter. Essa proximidade significa que ele foi deformado a ponto de ficar com o formato de uma bola de rugby. Astrônomos suspeitavam que uma proximidade tão grande entre um planeta e sua estrela poderia causar esse tipo de deformação, mas até agora nisso nunca havia sido provado.

“A resistência de um material à deformação depende da sua composição”, explicou Susana Barros, do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço da Universidade do Porto, em Portugal, e principal autora do estudo. “Por exemplo, aqui na Terra temos marés devido à Lua e ao Sol, mas isso só afeta os oceanos. A parte rochosa não se move muito. Ao medir o quanto o planeta foi deformado, podemos dizer o quanto dele é rochoso, gasoso ou líquido", afirmou.  “Se pudermos confirmar os detalhes de sua estrutura interna com observações futuras, talvez possamos entender melhor o que o torna tão inflado. Conhecer o tamanho do núcleo deste exoplaneta também será importante para entender melhor como ele se formou”, completou a pesquisadora.

Fontes
ESA
Imagens
iStock e ESA/Divulgação