Pesquisadores encontram evidências de colisão entre dois exoplanetas gigantes
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Uma equipe internacional de cientistas registrou pela primeira vez evidências de dois exoplanetas gigantes colidindo em torno de uma estrela semelhante ao Sol, criando um clarão de luz e nuvens de poeira. Os pesquisadores acreditam que o choque envolveu um par de mundos gelados localizados a cerca de 1.800 anos-luz da Terra. A descoberta é tema de um estudo publicado na revista Nature.
Mudanças no brilho
O estudo foi iniciado depois que um astrônomo amador observou que a estrela dobrou de brilho nos comprimentos de onda infravermelhos e começou a desaparecer na luz visível três anos depois. Após a descoberta, foi formada uma rede de astrônomos que estudaram intensamente a estrela, incluindo o monitoramento das mudanças em seu brilho nos dois anos seguintes. Os pesquisadores concluíram que a explicação mais provável é que dois exoplanetas gigantes gelados colidiram, produzindo um brilho infravermelho detectado pela missão NEOWISE da NASA, que utiliza um telescópio espacial para caçar asteroides e cometas.
“Nossos cálculos e modelos de computador indicam que a temperatura e o tamanho do material brilhante, bem como a quantidade de tempo que o brilho durou, são consistentes com a colisão de dois exoplanetas gigantes gelados”, disse Simon Lock, pesquisador da Universidade de Bristol, na Inglaterra, e um dos líderes do estudo. Segundo os pesquisadores, a nuvem de detritos em expansão resultante do impacto se deslocou para a frente da estrela cerca de três anos depois, fazendo com que seu brilho diminuísse. Nos próximos anos, espera-se que a nuvem de poeira comece a se espalhar, provocando uma dispersão de luz que poderia ser detectada tanto com o telescópio espacial James Webb quanto com equipamentos terrestres de observação.
Segundo os pesquisadores, a colisão enviou fragmentos de rocha e gelo ao redor da estrela, criando um corpo planetário brilhante. Os astrônomos agora planejam observar de perto o que acontecerá em seguida nesse sistema estelar. “Será fascinante observar novos desenvolvimentos. Em última análise, a massa de material em torno dos destroços poderá condensar-se para formar um séquito de luas que orbitará em torno desse novo planeta”, disse Zoe Leinhardt, coautora do estudo e pesquisadora da Universidade de Bristol.