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Pesquisadores encontram microplásticos no cérebro humano em níveis alarmantes

Estudo revelou aumento significativo da contaminação plástica nos últimos oito anos
Por History Channel Brasil em 07 de Fevereiro de 2025 às 13:05 HS
Pesquisadores encontram microplásticos no cérebro humano em níveis alarmantes-0

Cientistas identificaram a presença de microplásticos no cérebro humano em concentrações muito superiores às encontradas em outros órgãos. Além disso, os dados mostram que o acúmulo dessas partículas aumentou 50% apenas nos últimos oito anos, o que acende um alerta sobre os impactos na saúde. Um estudo sobre o tema, cujos resultados preliminares já haviam sido divulgados ano passado, foi publicado na revista Nature Medicine.

Polietileno

Microplásticos são minúsculas partículas de polímeros degradados, onipresentes no ar, na água e no solo. Os pesquisadores usaram uma técnica inovadora para detectar 12 tipos de polímeros, sendo o mais comum o polietileno, amplamente utilizado em embalagens e recipientes. Além disso, observaram que muitas partículas eram extremamente pequenas – com cerca de 200 nanômetros, tamanho suficiente para atravessar a barreira hematoencefálica. 

Microplásticos

Segundo os resultados do novo estudo, as concentrações desses resíduos no cérebro superam as do fígado e dos rins, além de ultrapassarem registros anteriores para placenta e testículos. "Isso realmente muda o cenário. Torna tudo muito mais pessoal", disse o toxicologista Matthew Campen, líder do estudo e pesquisador da Universidade do Novo México, nos Estados Unidos.

Outro achado preocupante envolve pacientes com demência. De acordo com Campen, o cérebro dessas pessoas apresentava até dez vezes mais plástico do que o dos demais analisados. No entanto, o estudo não comprova que a presença de microplásticos seja a causa da doença, podendo ser um efeito colateral do próprio processo neurodegenerativo.

A origem principal dos microplásticos no organismo parece estar na alimentação, especialmente no consumo de carne, já que a contaminação plástica tende a se concentrar na cadeia alimentar. Campen afirma que os novos resultados deveriam despertar um alerta global sobre os riscos à saúde humana. Ele reconhece que pode ser difícil motivar os consumidores, que frequentemente ignoram advertências sobre contaminantes ambientais, especialmente quando são tão pequenos.

Fontes
Universidade do Novo México, via EurekAlert
Imagens
istock