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Estudo com mamíferos indica que microplásticos passam de mãe para filho na gestação

Na nova pesquisa, cientistas encontraram partículas poluentes em animais recém-nascidos
Por History Channel Brasil em 17 de Outubro de 2024 às 16:10 HS
Estudo com mamíferos indica que microplásticos passam de mãe para filho na gestação-0

Um novo estudo feito com animais revela que partículas minúsculas de plástico podem se infiltrar no corpo de seres vivos ainda antes de nascer. A descoberta mostrou que microplásticos e nanoplásticos (MNP) prejudiciais podem ser transferidos da mãe para seus filhos e permanecer em seus corpos durante o desenvolvimento. A pesquisa foi publicada no periódico Science of the Total Environment.

Impacto ambiental

A equipe de cientistas da Universidade Rutgers, nos Estados Unidos, fez um experimento em que detectaram resíduos plásticos nos pulmões, coração, fígado, rins e cérebro de camundongos recém-nascidos. Isso ocorreu depois que as mães grávidas inalaram fragmentos de poliamida-12 (PA-12), um tipo de náilon. As partículas continuaram presentes no corpo dos camundongos mesmo duas semanas após o nascimento.

Camundongo em laboratório

Ainda não se sabe se o mesmo processo ocorre em seres humanos, mas a descoberta evidencia o impacto ambiental dos microplásticos. “Essas descobertas levantam preocupações sobre os efeitos toxicológicos da exposição aos MNP, a saúde materno-fetal e a acumulação sistêmica dessas partículas”, afirmam os cientistas em seu estudo.

Pesquisas anteriores já mostraram que os microplásticos não estão presentes apenas no meio ambiente, mas também no corpo humano, em órgãos como o coração, a placenta e os testículos, além de serem encontrados no leite materno e no sangue. Há também um número crescente de evidências que sugerem uma relação entre essas partículas a várias doenças, como câncer, inflamação, disfunção do sistema imunológico, degeneração de tecidos e problemas cardiovasculares.

Os cientistas destacaram que é improvável que a humanidade abandone completamente o uso de plásticos, pois eles se tornaram essenciais para a vida moderna. No entanto, enfatizaram a necessidade de continuar investigando e de estabelecer regulamentações mais rigorosas, uma vez que ainda se sabe muito pouco sobre os efeitos a longo prazo dos plásticos na saúde.

Fontes
Science Alert
Imagens
istock