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Por que o Japão quer desenvolver o primeiro satélite de madeira

Por History Channel Brasil em 01 de Fevereiro de 2021 às 20:59 HS
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A empresa Sumitomo Forestry, em parceria com a Universidade de Kyoto, pretende desenvolver os primeiros satélites feitos de madeira do mundo, que podem estar prontos em 2023. O objetivo é diminuir o problema do lixo espacial. A Síndrome de Kessler, uma possível colisão em cadeia de detritos espaciais, poderia destruir totalmente os satélites que giram ao redor da Terra e afetar o futuro lançamento de foguetes.

Os satélites "ecológicos" seriam desenvolvidos para evitar a liberação de substâncias tóxicas e a produção de resíduos quando retornassem à Terra. Para desenvolver o projeto, a equipe começará a fazer experiências com diferentes variedades de madeira em ambientes extremos da Terra. Representantes da empresa responsável pela iniciativa disseram que trabalham no desenvolvimento de materiais de madeira altamente resistentes às mudanças de temperatura e à luz solar.

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"Estamos muito preocupados com o fato de que todos os satélites que reentram na atmosfera da Terra queimam e criam minúsculas partículas de alumina (óxido de alumínio) que irão flutuar na atmosfera superior por muitos anos", disse Takao Doi, professor da Universidade de Kyoto e astronauta, em entrevista à BBC. A empresa de pesquisa Euroconsult estima que 990 satélites serão lançados todos os anos nesta década, o que significa que até 2028, pode haver 15 mil deles em órbita.

Segundo especialistas, a quantidade de lixo espacial que envolve o mundo ultrapassa 129 milhões de fragmentos. O astrofísico Jonathan McDowell acredita que existem cerca de 7.200 toneladas de detritos espaciais compostos por restos de sondas e foguetes fabricados e lançados pelos Estados Unidos. Detritos espaciais atingem velocidades de mais de 35.888 km/h, portanto, um impacto em qualquer objeto pode causar danos consideráveis. Na verdade, um pedaço de lixo espacial já colidiu com a Estação Espacial Internacional e danificou uma janela.


Fonte: BBC

Imagens:  Shutterstock.com e Sumitomo Forestry/Reprodução