Síndrome de Kessler: nova ameaça à Terra vem do espaço
Cientistas da Agência Espacial Europeia (ESA) alertaram que o mundo se encontra diante de uma ameaça, conhecida como Síndrome de Kessler. Trata-se de uma possível colisão em cadeia de detritos espaciais, o que poderia destruir totalmente os satélites que giram ao redor da Terra e afetar o futuro lançamento de foguetes. A ESA monitora o problema, publicando anualmente relatórios sobre o tema.
Segundo especialistas, a quantidade de lixo espacial que envolve o mundo ultrapassa 129 milhões de fragmentos. O cientista Holger Krag, chefe do Programa de Segurança Espacial da ESA, afirma que mesmo os 34 mil objetos que não medem mais que 10 centímetros são perigosos. Enquanto isso, o astrofísico Jonathan McDowell acredita que existem cerca de 7.200 toneladas de detritos espaciais compostos por restos de sondas e foguetes fabricados e lançados pelos Estados Unidos.
“Tendo em vista o aumento constante do tráfego espacial, precisamos desenvolver tecnologias para aumentar a eficiência das medidas de prevenção de detritos, e a ESA está fazendo isso por meio de seu Programa de Segurança Espacial. Em paralelo, os reguladores precisam monitorar mais de perto o status dos sistemas espaciais, bem como a adesão global à redução de detritos", afirmou Krag.
Para enfrentar o problema, a ESA anunciou no fim de 2019 o lançamento da operação ClearSpace-1, a primeira missão espacial a remover detritos da órbita terrestre, com lançamento planejado para 2025. “Os estudos da NASA e da ESA mostram que a única maneira de estabilizar o ambiente orbital é remover ativamente grandes detritos. Assim, continuaremos nosso desenvolvimento de tecnologias essenciais de orientação, navegação, controle e métodos de localização e captura por meio de um novo projeto chamado Remoção de Detritos Ativos / Manutenção em Órbita - ADRIOS. Os resultados serão aplicados ao ClearSpace-1”, disse Luisa Innocenti, líder da iniciativa da ESA, durante o anúncio do projeto.
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