Sonda da NASA pode ter encontrado indícios de vida em Marte
A busca por evidências de vida em Marte é um dos maiores desafios da ciência. Agora, compostos orgânicos encontrados pela sonda Curiosity, da NASA, podem indicar que o Planeta Vermelho um dia já abrigou seres vivos. Um novo estudo publicado no periódico científico Proceedings of the National Academy of Sciences oferece algumas hipóteses para a presença dessas substâncias em solo marciano.
Há vida em Marte?
Segundo a agência espacial dos Estados Unidos, algumas das amostras de rocha em pó que a Curiosity coletou ao longo dos anos contêm orgânicos ricos em um tipo de carbono que está associado à vida na Terra. Mas, como Marte é muito diferente do nosso planeta, muitos de seus processos naturais permanecem um mistério. Por isso, os autores do estudo ainda não chegaram a uma conclusão a respeito da natureza desses compostos.
A explicação biológica que os cientistas da NASA apresentam em seu artigo é inspirada na vida da Terra. Envolve bactérias antigas no solo marciano que teriam produzido uma assinatura única de carbono ao liberar metano na atmosfera, onde a luz ultravioleta teria convertido esse gás em moléculas maiores e mais complexas. Essas novas moléculas teriam se acumulado na superfície e agora poderiam ser preservadas com sua assinatura distinta de carbono nas rochas marcianas.
Duas outras hipóteses oferecem explicações não biológicas. Um sugere que a assinatura de carbono pode ter resultado da interação da luz ultravioleta com o gás dióxido de carbono na atmosfera marciana, produzindo novas moléculas contendo carbono que teriam se estabelecido na superfície. E o outro especula que o carbono pode ter resultado de um evento raro que teria acontecido há centenas de milhões de anos, quando o sistema solar passou por uma gigantesca nuvem molecular rica naquele tipo de carbono.
“Estamos encontrando coisas em Marte que são tentadoramente interessantes, mas realmente precisaríamos de mais evidências para dizer que identificamos vida”, disse Paul Mahaffy, cientista da NASA que se aposentou recentemente. “Então, estamos analisando o que mais poderia ter causado a assinatura de carbono que encontramos, além da presença de vida”, completou.