Startup pretende trazer mamutes de volta à vida daqui a seis anos
Um grupo de empresários e geneticistas anunciou que pretende trazer os mamutes de volta à vida. Esses animais pré-históricos, que foram extintos há aproximadamente quatro mil anos, podem voltar a caminhar sobre a Terra em breve. A ideia é que isso aconteça até 2027.
Engenharia genética
O projeto é fruto da união de forças entre o empresário Ben Lamm e o geneticista George Church. Juntos, eles fundaram uma startup chamada "Colossal", que tem como objetivo reviver os mamutes-lanosos. Esses animais viveram em partes da Ásia, Europa e América do Norte durante a última Era do Gelo.
A iniciativa já estava sendo discutida ao menos desde 2017, mas agora foi garantido um investimento de US$ 15 milhões para colocar o ambicioso plano em prática. A ideia é usar a engenharia genética para criar um novo tipo de animal semelhante ao mamute-lanoso. Para isso, os cientistas pretendem usar o DNA de elefantes asiáticos, espécie aparentada dos extintos gigantes pré-históricos. Basicamente, os cientistas pretendem extrair o material de mamutes congelados e utilizá-lo para modificar geneticamente a estrutura celular de elefantes.
Em entrevista à CNBC, Church afirmou que seria possível criar um filhote em apenas seis anos. Segundo os criadores da startup, a volta dos mamutes poderia ajudar a restaurar o frágil ecossistema da tundra ártica, combater a crise climática e preservar o próprio elefante asiático, espécie ameaçada de extinção. Os autores do projeto acreditam que repovoar o Ártico com mamutes selvagens poderia desacelerar o aquecimento global, pois a presença deles na região resultaria na diminuição do ritmo de derretimento do permafrost (a camada permanente de gelo).
A iniciativa já está gerando polêmicas no mundo científico. Love Dalén, professor de genética evolutiva do Centro de Paleogenética de Estocolmo, questiona as questões éticas envolvendo a criação de animais híbridos. Segundo ele, mamutes e elefantes asiáticos são tão diferentes entre si quanto humanos e chimpanzés. Outros pesquisadores também duvidam que a reintrodução dos mamutes no Ártico poderia realmente ser útil na luta contra as mudanças climáticas.
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Imagens: Thomas Quine, via Wikimedia Commons e Charles R. Knight (1874–1953), via Wikimedia Commons