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Vírus gigantes são encontrados na camada de gelo da Groenlândia

Segundo os pesquisadores, a descoberta inédita aponta para um surpreendente efeito benéfico para o meio ambiente
Por History Channel Brasil em 08 de Junho de 2024 às 13:14 HS
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Cientistas se surpreenderam ao encontrar vírus gigantes vivos e ativos na camada de gelo da Groenlândia, que compartilham o habitat com uma abundância de microalgas. A descoberta inédita sugere que os vírus podem atuar como uma arma secreta na minimização do derretimento do gelo. Um estudo sobre o tema foi publicado no periódico Microbiome.

Descoberta inédita

A equipe coletou amostras de diversos habitats da camada de gelo, incluindo gelo escuro, núcleos de gelo, neve vermelha e verde, e buracos de derretimento (crioconite). Após analisar o DNA do material, os pesquisadores encontraram sequências que correspondem a vírus gigantes conhecidos.

Esses vírus são chamados de "gigantes" devido ao seu tamanho consideravelmente maior em comparação com os vírus comuns. Enquanto os vírus normais medem entre 20 e 200 nanômetros, os vírus gigantes podem atingir até 2,5 micrômetros, ou 2.500 nanômetros, sendo maiores que muitas bactérias e possuindo genomas gigantescos com cerca de 2,5 milhões de pares de bases.

Anteriormente, vírus gigantes haviam sido encontrados em diversos ambientes, como o mar, o solo e até mesmo em humanos. No entanto, essa é a primeira vez que são descobertos em gelo de superfície e neve, onde proliferam microalgas. Os pesquisadores acreditam que eles desempenham um papel crucial na regulação das algas, o que poderia proteger o gelo contra o derretimento acelerado.

As algas do Ártico, ao florescerem na primavera, escurecem grandes áreas da camada de gelo, reduzindo sua capacidade de refletir a luz solar e aumentando o derretimento. Por isso, a presença dos vírus gigantes pode ser benéfica. "Não sabemos muito sobre os vírus, mas acredito que eles podem ser úteis como uma forma de aliviar o derretimento do gelo causado pelas florescências de algas," disse Laura Perini, líder do estudo e pesquisadora da Universidade de Aarhus, na Dinamarca.

Fontes
IFLScience
Imagens
Laura Perini/Universidade de Aarhus/Divulgação