Bunker da Primeira Guerra Mundial é descoberto devido ao degelo
A descoberta nos Alpes de um bunker usado por tropas austro-húngaras durante a Primeira Guerra Mundial entusiasmou historiadores na Itália. No interior do refúgio, revelado após o derretimento de uma geleira, estão sendo encontrados diversos objetos que permaneceram congelados no tempo por cerca de cem anos. Ao mesmo tempo, pesquisadores estão preocupados com o degelo que atinge a região, que seria consequência das mudanças climáticas.
Bunker nos Alpes
O bunker foi localizado no monte Scorluzzo, a quase 3000 metros acima do nível do mar. No interior da caverna, foram localizados pratos, jaquetas feitas de peles de animais, munições, livros, piteiras de cigarros e restos de comida. Os combatentes que utilizaram o local enfrentaram um frio intenso: no inverno, os termômetros da região podem atingir -40° C.
🪖It was once used by a platoon of Austro-Hungarian soldiers, but in the decades since was surrounded by a glacier.
— Telegraph World News (@TelegraphWorld) November 8, 2021
The ice preserved everything – even scraps of paper, shreds of clothing and the hay that the soldiers used for beddinghttps://t.co/x7KK1Tn7C5 pic.twitter.com/UeYuCEvvCX
Apesar da importância histórica da descoberta, o degelo dos Alpes é um sinal de alerta a respeito das mudanças climáticas . “Durante a Primeira Guerra Mundial, havia uma geleira enorme aqui chamada Platigliole. Agora, ela desapareceu totalmente ”, disse o historiador Stefano Morosini, um dos descobridores do bunker.
Especialistas alertam que caso não haja uma redução das emissões de gases de efeito estufa, o futuro da grande maioria das quatro mil geleiras dos Alpes está em risco. “A única maneira de impedir isso é reduzir as emissões de CO2 - não há outra alternativa”, disse Davide Fugazza, do departamento de ciência e política ambiental da Universidade de Milão. Segundo ele, se as coisas não mudarem, 90% das geleiras do local podem desaparecer até o ano 2100.