Inscrições encontradas em Israel provam existência de rei citado na Bíblia
Após dez anos de estudos, o pesquisador Gershon Galil, da Universidade de Haifa, em Israel, conseguiu decifrar inscrições que provam a existência de Ezequias, rei de Judá citado na Bíblia. Os textos do século VIII mencionam o nome do governante e resume as principais ações durante os primeiros 17 anos de seu reinado. Segundo o estudioso, trata-se de uma das mais importantes descobertas arqueológicas da história do país.
Mais antigos manuscritos da Bíblia
Galil conta que as inscrições relatam diversos feitos do rei, como um projeto de distribuição de água (incluindo uma piscina), uma reforma, a conquista da Filístia e o acúmulo de propriedades. De acordo com ele, os textos também indicam a data exata em que o projeto de água foi concluído: 2 Tammuz no 17º ano do reinado de Ezequias, ou seja, 709 a.C. "Estas são as inscrições reais mais completas que temos, e são mais uma evidência de que os reis de Israel e Judá escreveram textos que indicavam seus nomes e ações”, disse o pesquisador.
What a @UofHaifa professor has called “one of the most important archaeological discoveries in Israel of all time” has been deciphered: Proof of the names and deeds of the biblical kings of Israel and Judah.#Israel | #Bible https://t.co/iJigxOzuVt
— The Jerusalem Post (@Jerusalem_Post) December 16, 2022
Registrado em escrita hebraica antiga, o texto foi encontrado em um fragmento de pedra pequeno, medindo cerca de 13 cm de comprimento por 9 cm de largura. As inscrições confirmam passagens sobre o governante citadas nos Livros dos Reis. Ezequias é mencionado várias vezes ao longo da Bíblia em relação à construção de piscinas e túneis, sendo que a descoberta das inscrições aconteceu exatamente em uma dessas antigas piscinas, na área da Fonte de Giom.
Segundo Galil, as inscrições aparecem reproduzidas quase literalmente em 2 Reis 18:1,4 e 8; 20:13, 20. O pesquisador afirma ainda que isso faz delas os manuscritos mais antigos da Bíblia já encontrados. "Elas também reforçam a alegação de que as escrituras do Livro dos Reis são baseadas em textos originários de crônicas e inscrições reais, e que a Bíblia reflete a realidade histórica e não a imaginação”, completou.