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Novo estudo indica que o calendário maia pode ter mais de 3 mil anos 

Descoberta de construções alinhadas com o nascer do sol em datas específicas indica que o calendário é mais antigo do que se imaginava
Por History Channel Brasil em 03 de Fevereiro de 2023 às 17:04 HS
Novo estudo indica que o calendário maia pode ter mais de 3 mil anos -0

Uma equipe internacional de pesquisadores apontou evidências de que o calendário maia seria muito mais antigo do que se acreditava até agora. De acordo com eles, esse método de marcação do tempo teria mais de três mil anos. Um estudo sobre a descoberta, assinado por pesquisadores do Instituto de Estudos Antropológicos e Espaciais da Eslovênia, da Universidade do Arizona e da Universidade Colgate, em Nova York, foi publicado na revista Science Advances.

Orientação solar específica

Usando a tecnologia LIDAR (ou radar laser), que possibilita o trabalho de mapeamento a partir do uso de laser aerotransportado, especialistas descobriram mais de 400 estruturas mesoamericanas na costa do Golfo do México. Essas edificações foram construídas com base em uma orientação solar específica, coincidindo com o nascer do sol em datas concretas, entre 11 de fevereiro e 29 de outubro do calendário gregoriano, precisamente os 260 dias do calendário maia.

Os cientistas afirmam que "o mais antigo desses complexos data de cerca de 1100 a.C., em uma época conhecida como período Formativo, o que sugere que o calendário de 260 dias é pelo menos tão antigo quanto isso". Se os pesquisadores estiverem corretos, isso significaria que os maias já usavam a cholq'ij ("ordem dos dias") quando ainda estavam em transição de um estilo de vida caçador-coletor para um estilo de vida agrícola.

Alguns monumentos apontados para o nascer do sol tinham intervalos de 130 dias, o que equivale a meio calendário. Além disso, alinhamentos de outras estruturas correspondiam ao nascer do sol separados por múltiplos de 13 ou 20 dias, refletindo os 13 números e 20 signos do sistema de notação do calendário, indicando os equinócios e solstícios. “É óbvio que as orientações refletem uma visão de mundo complexa na qual o conhecimento astronômico condicionado por preocupações práticas estava entrelaçado com conceitos religiosos”, disse Ivan Šprajc, coautor do estudo e pesquisador da Academia Eslovena de Ciências e Artes.

Fontes
Science.org e Ancient Origins
Imagens
iStock