Ossos de macaco de 1700 anos podem revelar segredos da diplomacia do Império Maia
A descoberta do esqueleto completo de um macaco-aranha de 1700 anos no México oferece novas evidências sobre os laços sócio-políticos entre duas potências antigas do período pré-colombiano. Os pesquisadores acreditam que o animal foi oferecido como presente por diplomatas do Império Maia aos governantes de Teotihuacán. Até hoje não há muitas informações sobre as relações entre esses dois povos.
Maior metrópole pré-colombiana
Os ossos foram encontrados durante escavações no Complexo da Praça das Colunas, em Teotihuacán. Segundo os pesquisadores da Universidade da Califórnia em Riverside, trata-se da evidência mais antiga de cativeiro primata, translocação e diplomacia de presentes entre Teotihuacán e os maias. Nawa Sugiyama, arqueólogo antropológico responsável pelo estudo, afirmou que a descoberta desmente crenças anteriores de que a presença maia em Teotihuacán era restrita a comunidades migrantes.
Junto com os ossos do primata, foram encontrados restos mortais de uma águia e de diversas cascavéis (indicando que os animais foram todos sacrificados), além de artefatos da cultura maia. Encontrados nas selvas do sul do México e da Guatemala, os macacos-aranha são nativos da região maia, mas eram vistos como uma curiosidade exótica em Teotihuacán, situada 48 quilômetros a nordeste da atual Cidade do México. O fato de tal animal ter chegado ao altar de sacrifício em Teotihuacán sugere que foi recebido como presente por um diplomata visitante.
Localizada nos arredores da atual Cidade do México, Teotihuacán era a maior metrópole do mundo pré-colombiano, com uma população de mais de 125 mil pessoas em seu auge. Acredita-se que a cidade tenha sido estabelecida em torno de 100 a.C., sendo que os principais monumentos foram construídos continuamente até cerca de 250 d.C. Apesar de ser um tema em debate se Teotihuacán era o centro de um império ou Estado, a sua influência em toda a Mesoamérica está bastante documentada.