O ano mais longo da história durou 445 dias
O calendário utilizado no mundo ocidental nem sempre teve a mesma duração. Por muito tempo, reajustes foram necessários para que os meses coincidissem com as quatro estações do ano. Em 46 a.C., esses ajustes foram tantos que resultaram em um ano de 445 dias, o mais longo da história.
Calendário juliano
A nova forma de contar os meses do ano foi obra do ditador Júlio César, que comandava Roma. O calendário romano tradicional, baseado no ano lunar de 355 dias, exigia revisões constantes, pois ficava fora de sincronia com as estações e festivais. Assim, era necessário adicionar periodicamente um mês bissexto a cada poucos anos para manter o ano civil em sincronia com o ano solar (mas os romanos esqueceram-se de fazer isso algumas vezes devido ao caos provocado pelas guerras civis que eclodiram durante o período final da República).
Assim, César decidiu chamar o matemático e astrônomo grego Sosígenes para ajudá-lo a reformar o calendário romano com o objetivo de torná-lo mais preciso e alinhado com o ano solar. Mas César teve que acrescentar dois meses bissextos extras para recalibrar o calendário em preparação para o seu novo sistema, que entrou em vigor em 45 a.C. Com isso, 46 a.C. teve 445 dias, tendo sido apelidado de annus confusionis ("ano da confusão").
O calendário corrigido (chamado de "juliano), se baseava no ano solar de 365 dias e seis horas, com um “dia bissexto” adicionado a cada quatro anos, sem exceções. Ele predominou na maior parte do mundo ocidental durante 16 séculos. Como cada ano solar tem pouco menos de 365 dias e seis horas, o calendário juliano ganhou um dia a mais a cada 131 anos. Isso não impediu que, por volta do século XVI, o calendário estivesse 10 dias fora de sintonia com as estações.
Em 1582, para corrigir o problema, o Papa Gregório XIII modificou o calendário, eliminando 10 dias daquele ano. Outra mudança importante adotada pelo calendário gregoriano diz respeito aos anos bissextos. Eles ainda ocorrem a cada quatro anos, mas com uma exceção: os anos divisíveis por 100 não são bissextos, a menos que também sejam divisíveis por 400. Isso reduz a discrepância entre o calendário e o ano solar, resultando em uma precisão maior na contagem do tempo.