O bunker de Hitler: o que aconteceu com o esconderijo e por que ninguém podia visitá-lo?
O último refúgio de Adolf Hitler após 12 anos no poder na Alemanha era conhecido como "Führerbunker". A estrutura consistia em uma rede de túneis que formavam um refúgio antiaéreo enterrado a quase nove metros, nos jardins da Chancelaria, em Berlim. Que fim levou esse local?
A história dos bunkers de Hitler
Sob o terreno onde ficava situada a Chancelaria da Alemanha, em Berlim, foram construídos dois refúgios antibombas. O primeiro em 1936, quando ninguém imaginava ainda uma invasão à Polônia, ou a guerra com a União Soviética, ou muito menos os atrozes campos de extermínio.
Enterrado a mais de cinco metros de profundidade, com uma extensão de mais de 300 metros quadrados e um teto de concreto de 1,6 metros de espessura, o bunker, que todos chamavam de Vorbunker, tinha pequenos quartos, uma sala com geradores elétricos, comunicações, cozinha e despensa.
Em 1943, o Füherbunker começou a ser construído, a quase nove metros abaixo da Chancelaria, com uma saída de emergência para os jardins, algo que Hitler aproveitou em várias ocasiões para tomar um ar e aliviar os efeitos da umidade, fungos e odores nauseabundos gerados por dezenas de pessoas ali refugiadas.
Esse bunker contava com geradores elétricos a diesel, mas diferentemente do primeiro, o Führerbunker foi construído abaixo do lençol freático, e os ralos ficavam entupidos à medida que a umidade penetrava pelas paredes de concreto, o que acontecia pelo simples motivo de nunca ter sido projetado para ser habitado, mas apenas como abrigo temporário.
Na madrugada de domingo, 29 de abril de 1945, imediatamente após se casar com Eva Braun no Führerbunker, Hitler começou a ditar à sua secretária seu último desejo e breve testamento. Para evitar a vergonha da destituição ou da capitulação, minha esposa e eu escolhemos a morte”, sentenciou Hitler, que, desde 16 de janeiro, pouco antes de assumir a derrota da Alemanha na Segunda Guerra Mundial, havia se refugiado em seu bunker e não tinha voltado a sair.
No dia seguinte, por volta das 15h30, os recém-casados se suicidaram em seu quarto. Passaram-se 48 horas para o exército soviético tomar definitivamente a cidade de Berlim, e a guerra chegou ao seu fim. Em 1947, apesar de os soviéticos terem destruído a Chancelaria de Berlim e tentarem dinamitar o bunker, a complexa rede de túneis se manteve praticamente intacta.
Em 1959, a Alemanha Oriental começou a demolir os túneis e a fechá-los parcialmente, até que, em 1989, com a queda do Muro de Berlim, a Alemanha reunificada iniciou novas escavações, com o propósito de demolir definitivamente o refúgio. Por anos, a área dos bunkers permaneceu sem nenhum tipo de identificação, especialmente para evitar que o local se transformasse em um centro de peregrinação neonazista. Apenas em 2006, o governo colocou uma placa informativa sobre as instalações que funcionavam ali.