Oito grupos humanos pré-históricos desconhecidos são descobertos em novo estudo
Um novo estudo registrou a descoberta de oito grupos humanos pré-históricos previamente desconhecidos que viveram na Eurásia. Por meio de uma análise genômica em larga escala, cientistas documentaram as migrações de caçadores-coletores da Era do Gelo durante um período de 30 mil anos. Os resultados da pesquisa foram publicados na revista científica Nature.
A equipe internacional de cientistas analisou os genomas de 356 caçadores-coletores pré-históricos de diferentes culturas arqueológicas. A pesquisa incluiu novos conjuntos de dados de 116 indivíduos de 14 diferentes países europeus e da Ásia Central. O estudo se concentra nas pessoas que viveram entre 35 mil e 5 mil anos atrás e que são, pelo menos parcialmente, os ancestrais da população atual da Eurásia Ocidental.
Por meio da análise dos dados, os pesquisadores conseguiram identificar oito novas populações tribais que migraram para a Europa. Surpreendentemente, a equipe de pesquisa descobriu que as populações de diferentes regiões associadas à cultura gravettiana, que se espalhou pelo continente europeu entre 32 mil e 24 mil anos atrás, não estavam intimamente relacionadas geneticamente entre si. Uma linhagem anteriormente desconhecida, batizada de Fournol, habitava o que hoje é a França e a Espanha. Outra, chamada de Věstonice, se estendia pela atual República Tcheca e Itália.
Apesar das distinções genéticas entre os grupos, evidências sugerem que eles interagiram de forma pacífica. Acredita-se que eles compartilhavam de uma cultura em comum (usando os mesmos tipos de ferramentas e produzindo formas semelhantes de arte, por exemplo). Não há evidências de que os Věstonice tenham sobrevivido à Era do Gelo. No entanto, em seu lugar, uma nova população chamada Villabruna surgiu na Europa, vida dos Bálcãs, e se miscigenou com os Fournol, formando o grupo Oberkassel, que se espalhou pela Europa e se tornou dominante.
"Os dados que obtivemos deste estudo nos fornecem informações surpreendentemente detalhadas sobre os desenvolvimentos e encontros de grupos de caçadores-coletores da Eurásia Ocidental", disse Cosimo Posth, líder do estudo e pesquisador da Universidade de Tübingen, na Alemanha. “Mais pesquisas interdisciplinares esclarecerão quais processos exatos foram responsáveis pelas substituições genéticas de populações inteiras da Idade do Gelo”, completou.