Quem era o líder do Estado Islâmico morto pelas forças dos Estados Unidos
Forças especiais dos Estados Unidos na Síria mataram Abu Ibrahim al-Hashimi al-Qurayshi, líder do Estado Islâmico (EI), em uma operação na Síria na noite de quarta-feira (2 de fevereiro). A morte foi anunciada pelo presidente Joe Biden. Na ação, também morreram ao menos 13 pessoas, incluindo 7 civis (3 mulheres e 4 crianças).
A ação das forças dos Estados Unidos na Síria começou com o cerco ao local onde estava al-Qurayshi. De acordo com as autoridades dos EUA, ele detonou uma bomba, matando a si mesmo e membros da sua própria família. "Graças à habilidade e bravura de nossas forças armadas, tiramos do campo de batalha Abu Ibrahim al-Hashimi al-Qurayshi", disse Joe Biden.
Quem foi al-Qurayshi?
O antecessor de al-Qurayshi no comando do Estado Islâmico, Abu Bakr al-Baghdadi, também havia morrido em uma ação dos EUA, em 2019. Ele se suicidou ao acionar explosivos de um colete após ser perseguido em um túnel. Na época, al-Qurayshi substituiu al-Baghdadi imediatamente após a confirmação de sua morte.
Presidente Biden @POTUS: Ontem à noite, sob minha direção, as forças militares dos Estados Unidos realizaram com sucesso uma operação de contraterrorismo. Graças à bravura de nossas Forças Armadas, removemos do campo de batalha Abu Ibrahim al-Hashimi al-Qurayshi, o líder do ISIS. https://t.co/uheUctaFbG
— USA em Português (@USAemPortugues) February 3, 2022
De acordo com o Departamento de Justiça do governo dos EUA, al-Qurayshi nasceu em Mossul, no Iraque, em 1976. De família turcomana iraquiana, ele foi educado na lei da Sharia na Universidade de Mosul. Depois de se formar, ele serviu como oficial do exército no Iraque baathista. Após a derrubada do governo de Saddam como consequência da invasão do Iraque em 2003, ele se juntou à Al-Qaeda e serviu como comissário religioso e jurista geral da Sharia.
The US special forces carried an attack overnight in Idlib north-west Syria, and killed ISIS leader Ibrahim al-Hashimi al-Qurayshi..
— Asaad Hanna (@AsaadHannaa) February 3, 2022
Three children and other civilians were killed during the operation. pic.twitter.com/Kvr33nCgQ5
Em 2004, al-Qurayshi foi detido pelas forças dos EUA na prisão de Camp Bucca, no sul do Iraque, onde conheceu Abu Bakr al-Baghdadi. Presumivelmente, ele voltou a se juntar à Al-Qaeda depois de ser libertado da prisão. Em 2014, al-Qurayshi deixou oficialmente a al-Qaeda, reafirmando sua lealdade ao Estado Islâmico (que anteriormente operava como ramo iraquiano da al-Qaeda).
Al-Qurayshi desempenhou um papel fundamental na captura de Mossul pelo Estado Islâmico em junho de 2014. Ele foi apontado como um dos principais líderes que orquestraram os assassinatos em massa de Yazidis durante o massacre de Sinjar em agosto daquele ano. A essa altura, ele havia sido promovido a vice-comandante de Abu Bakr al-Baghdadi. Depois que assumiu o poder, em 2019, ele teria atuado diretamente em sequestros, assassinatos, e no tráfico de seres humanos.