Raro fóssil de uma espécie humana extinta é encontrado no Tibete
Pesquisadores encontraram um raro fóssil de uma espécie humana extinta em uma caverna nas montanhas do Tibete. Trata-se de um osso da costela de um hominídeo de Denisova, grupo que viveu há milhares de anos. A descoberta foi publicada na revista científica Nature.
Convivência com humanos modernos
A descoberta sugere que os Denisovanos podem ter vivido no leste da Ásia até cerca de 32 mil anos atrás, um período mais recente do que se acreditava. Caso a datação se confirme, isso sugere que esses hominídeos ainda estavam vivos quando nossa própria espécie se espalhava pela Ásia. Assim, o achado reforçaria pesquisas genéticas anteriores que mostram que algumas pessoas no sudeste asiático compartilham até 5% de seu DNA com esses humanos extintos.
Denisovans survived on the Tibetan Plateau by butchering and eating blue sheep, a species of goat, and other animals, a @Nature study reports. The research sheds light on Denisovan behaviour and indicates how adaptable they were to the harsh environment. https://t.co/mYYzbqJQiq pic.twitter.com/4R0pB6fjuV
— Nature Portfolio (@NaturePortfolio) July 4, 2024
Identificar restos de Denisovanos não é tarefa fácil, uma vez que a espécie se separou da nossa linhagem há mais de 600 mil anos, durante um período pouco compreendido da história humana. Eles só foram nomeados em 2010, após a descoberta de fragmentos esqueléticos na caverna Denisova, na Sibéria, onde o clima frio preservou o DNA nos ossos. Isso permitiu que os cientistas demonstrassem que os Denisovanos representam um ramo distinto na árvore genealógica humana.
Com tão poucos fósseis, a maioria das descobertas sobre a espécie baseia-se na genética. Sabe-se, por exemplo, que os Denisovanos se cruzaram com Neandertais e Homo sapiens, deixando um legado genético que ainda vive em alguns grupos no sudeste asiático e na Oceania. Isso sugere que os Denisovanos provavelmente viveram no sudeste asiático, mas há poucas evidências fósseis para comprovar isso.
Zandra Fagernäs, coautora do estudo, afirma que a nova descoberta ajuda a compor um retrato dos Denisovanos. "Como conhecemos os Denisovanos apenas por alguns fósseis no mundo todo, eles ainda são um pouco misteriosos", disse. "Cada novo indivíduo descoberto fornece uma peça significativa do quebra-cabeça de quem eles eram, onde viviam e quando", concluiu.