Roland Garros não foi um tenista, mas um piloto que mudou a história da 1ª Guerra
Quando o mundo ouve o nome Roland Garros, imediatamente pensa no Aberto da França, um dos torneios de tênis mais importantes do mundo. Mas, ao contrário do que muitos podem pensar, o campeonato vencido três vezes por Gustavo Kuerten não deve o seu nome a um antigo tenista, mas sim a um piloto que teve um papel de destaque na Primeira Guerra Mundial.
Amigo de Santos Dumont
Roland Garros começou a voar aos 19 anos, estabeleceu recordes mundiais de altitude e se tornou tão famoso que as pessoas da Europa viajavam apenas para vê-lo voar. Amigo de Santos Dumont, ele foi o primeiro homem a cruzar a Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, em 1912. No ano seguinte, se tornou o primeiro a voar sobre o Mediterrâneo. Dez meses depois, ele se alistou na Força Aérea Francesa para combater na Primeira Guerra Mundial.
Roland Garros mudou a história das guerras para sempre, pois foi ele quem adaptou uma metralhadora aos aviões. Antes dele aperfeiçoar um sistema de sincronização que permitia metralhar o inimigo através das hélices, os aviões de combate se dedicavam ao reconhecimento e atacavam apenas jogando pedras ou tijolos. A inovação trazida por ele causou pânico nos inimigos, que tiveram vários de seus aviões derrubados.
Em 18 de abril de 1915, devido a avarias, o avião que Roland Garros pilotava foi forçado a fazer uma aterrissagem forçada no território dominado pelos inimigos. Capturado pelo exército alemão, ele ficou três anos preso, até conseguir escapar. Enquanto isso, os alemães estudaram seu avião e adaptaram o sistema de metralhadoras para suas próprias aeronaves.
Em 5 de outubro de 1918, Roland Garros morreu ao ter seu avião derrubado durante um combate aéreo contra aeronaves alemãs. Dez anos após sua morte, o estádio de tênis construído para tenistas franceses defenderem o título da Copa Davis recebeu o nome de Roland Garros. O pedido veio de Emile Lesueur, amigo de Garros e financiador da nova quadra.