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Segredos da durabilidade das construções dos romanos e maias estão sendo revelados

Uso de materiais incomuns ajudou as estruturas a resistir por milênios, ao contrário do concreto moderno que dura entre 50 e 100 anos
Por History Channel Brasil em 06 de Outubro de 2023 às 15:47 HS
Segredos da durabilidade das construções dos romanos e maias estão sendo revelados-0

Um grande número de pesquisadores está olhando para o passado com o objetivo de apontar soluções para o futuro da construção civil. Assim, eles têm estudado a composição dos materiais utilizados por engenheiros e pedreiros na construção de edifícios de civilizações antigas, como os romanos e maias. Esses ingredientes são responsáveis pela incrível durabilidade dessas estruturas ao longo dos milênios.

Engenharia reversa

Por meio da engenharia reversa, que envolve a análise de fragmentos e materiais de edifícios antigos, a revisão de textos históricos e a experimentação com fórmulas recriadas, os cientistas tentam desvendar os segredos por trás da durabilidade dessas estruturas milenares. A resistência dessas construções é especialmente notável em comparação com o concreto moderno, que geralmente tem um tempo de vida útil que varia entre 50 e 100 anos, apenas.

Fórum romano
Fórum romano

As análises revelaram que entre os elementos que os maias e antigos romanos usaram, estão a casca de árvore, cinzas vulcânicas, arroz, cerveja e até mesmo urina. Esses ingredientes podem ser a chave para a capacidade das construções antigas de se fortalecerem com o tempo e, surpreendentemente, reparar as fissuras que se formam nelas.

Concreto romano e gesso maia

Os construtores do Império Romano utilizavam um tipo de concreto que resistiu ao teste do tempo de forma impressionante. Sua durabilidade é tanta que, mesmo em locais expostos à água do mar por séculos, o material se mantém "basicamente como estava quando foi derramado há dois mil anos", como apontado por John Oleson, arqueólogo da Universidade de Victoria no Canadá, em entrevista à ABC News.

Edificação maia em Honduras
Edificação maia em Honduras

A incrível capacidade do antigo material de concreto para se autorreparar se deve, em parte, aos pequenos fragmentos de cal que estão incrustados em toda a estrutura em vez de se misturarem uniformemente. Quando fissuras se formam, a água pode infiltrar-se no concreto e ativar as partículas de cal restantes, desencadeando reações químicas que permitem preencher as áreas danificadas.

Em um estudo recente sobre as construções dos maias em Honduras, pesquisadores descobriram que um dos segredos está na utilização de extratos de árvores nativas, como chukum e jiote, na mistura de cal. Isso resultou em um gesso especialmente resistente a danos físicos e químicos. Dessa forma, o gesso utilizado pelos maias pôde imitar a resistência de estruturas naturais, como conchas marinhas, e adquirir parte de sua durabilidade. A técnica é usada até hoje por pedreiros locais, que foram fontes do no estudo.

Fontes
ABC News
Imagens
iStock