A terrível história do "núcleo demoníaco", o objeto mais perigoso de todos os tempos
Durante a Segunda Guerra Mundial, o Projeto Manhattan reuniu pesquisadores nos EUA que criaram a primeira bomba atômica. Após os bombardeios a Hiroshima e Nagasaki, cientistas continuaram a fazer experimentos com materiais radioativos no laboratório de Los Alamos. Isso resultou em dois acidentes fatais envolvendo o chamado "demon core" ("núcleo demoníaco", em tradução livre), que ficou conhecido como o "objeto mais perigoso de todos os tempos".
Pedaço de plutônio
O núcleo demoníaco era um pedaço de plutônio usado para determinar o ponto crítico em reações nucleares explosivas. O núcleo foi preparado para ser enviado ao Pacífico como parte da terceira arma nuclear a ser lançada no Japão, mas quando o país se rendeu, o objeto foi mantido para testes e possível uso futuro em caso de outro conflito.
O primeiro acidente, em 1945, aconteceu quando cientistas manipulavam o núcleo para observar suas reações. O pesquisador Harry Daghlian, violando os protocolos de segurança, trabalhava sozinho quando acidentalmente deixou cair um tijolo de carbeto de tungstênio sobre o núcleo, fazendo-o entrar em supercriticidade. Ao tentar retirar o tijolo, Daghlian recebeu uma dose letal de radiação e morreu um mês depois.
Apesar disso, as pesquisas continuaram e, em maio de 1946, outro acidente aconteceu com o "demon core", dessa vez envolvendo o cientista Louis Slotin. Durante um experimento, duas metades de esferas de berílio foram colocadas ao redor do núcleo de plutônio e, acidentalmente, tocaram-se, causando uma reação supercrítica e liberando radiação que afetou todos na sala. Slotin, estando mais próximo, recebeu uma dose fatal, morrendo nove dias depois.
Esses acidentes forçaram a atualização urgente dos protocolos de segurança. Como resultado das fatalidades, o "demon core" foi derretido e transformado em núcleos menores para outras bombas e mísseis do arsenal nuclear dos EUA.