Vinho mais antigo do mundo pode ter sido encontrado nas ruínas de Pompeia
A descoberta de um corpo parcialmente mumificado nas ruínas de Pompeia há cerca de um ano intrigou pesquisadores. Uma lápide de mármore identificava o homem como sendo Marcus Venerius Secundio, um ex-escravo. Em uma tumba anexa também foi encontrado uma ânfora contendo um misterioso líquido. Novas análises indicam que pode se tratar do vinho mais antigo do mundo.
Vinho de 2 mil anos
A tumba onde a descoberta aconteceu abrigava as cinzas de Novia Amabilis, esposa de Secundio, e de três crianças, que provavelmente eram filhos do casal. Enterrada no local, estava uma caixa de metal que guardava uma urna de vidro. Segundo o arqueólogo Llorenç Alapont, o recipiente continha mais de seis litros de um líquido avermelhado.
Ese “líquido rojizo” me suena pic.twitter.com/MfWhiOWTlH
— Llorenç Alapont (@LlorAlapont) October 6, 2021
O líquido, que os pesquisadores acreditam ser vinho, está sendo analisado em laboratórios da Universidade de Valencia, na Espanha. “Caso isso se confirme, será a primeira vez que se constata que o vinho se conserva neste estado e seria o mais antigo encontrado na história, um vinho com mais de 2 mil anos”, afirmou Alapont. Segundo ele, no passado arqueólogos já haviam encontrado sedimentos de vinho com essa idade, mas nunca a bebida em estado líquido. O arqueólogo brincou ainda que ninguém se atreverá a prová-lo, pois o líquido cheira mal.
Segundo os pesquisadores, Marcus Venerius Secundio morreu décadas antes da erupção que destruiu Pompeia, em 79 d.C. Seus restos mortais são os mais bem preservados já encontrados nas ruínas da cidade. De acordo com a sua lápide, após ter sido libertado, o ex-escravo se tornou guardião do Templo de Vênus. A inscrição destaca ainda que ele fazia parte dos augustais, uma ordem de sacerdotes devotada ao culto de Augusto, o primeiro imperador romano. Análises indicam que Secundio morreu com cerca de 60 anos de idade.