“Völvas”: as enigmáticas bruxas que previam o destino dos vikings
Na Era Viking, apesar da predominância de guerreiros masculinos, existiam mulheres que ocupavam posições extremamente poderosas na sociedade. Elas eram conhecidas como Völvas, que em nórdico antigo significa "portadora do bastão". Pouco se sabe sobre essas figuras, mas historiadores acreditam que elas eram xamãs cuja função seria prever o futuro.
Feiticeiras vikings
Segundo os pesquisadores, as raízes das Völvas provavelmente remontam a séculos. "Até os romanos explicavam que as tribos germânicas do Norte, quando seus exércitos desciam ao Mediterrâneo, tinham uma seguidora, uma mulher idosa que podia prever o resultado de uma batalha. E ela também era a responsável por cortar a garganta dos prisioneiros capturados", disse Peter Pentz, curador do Museu Nacional da Dinamarca.
De acordo com a tradição, as Völvas eram tão poderosas que eram capazes de colocar medo nos invasores (e até o deus Odin buscava sua ajuda). Em poemas e sagas antigos, há inúmeras menções às feiticeiras vikings, que provavelmente tinham um status elevado na sociedade, oferecendo visões do futuro para aldeias inteiras e até para a realeza.
O que as tornava realmente únicas era a habilidade de realizar o 'sejd': uma forma de magia que envolvia um estado de transe fora do corpo. Poucos artefatos restaram para iluminar a misteriosa história das Völvas, mas especialistas acreditam que uma sepultura datada de aproximadamente 980, descoberta entre os restos da fortaleza Fyrkat, na Dinamarca, possui todas as características de um local de descanso eterno para uma feiticeira.
Com a conversão do rei viking Harald Dente-Azul ao cristianismo, as Völvas começaram a perder sua função. Na Idade Média, leis foram introduzidas para suprimir rituais pagãos, o que enfraqueceu ainda mais a tradição. Hoje em dia, ainda existem mulheres que se identificam como Völvas na Escandinávia.