A estranha história da maldição da “múmia do Titanic”
Entre a coleção de antiguidades egípcias do Museu Britânico de Londres há uma peça muito particular. Trata-se da tampa de um sarcófago de madeira e gesso que costumava abrigar os restos mortais de uma mulher, descrita como “sacerdotisa de Amen-Ra”. Conhecida como a "múmia da má sorte", a peça foi apontada como responsável por muitas tragédias, como o naufrágio do Titanic.
Artefato com fama de amaldiçoado
O artefato arqueológico ganhou fama de ser "amaldiçoado" depois que seus sucessivos proprietários supostamente sofreram toda a sorte de infortúnios. A começar por Thomas Douglas Murray, membro de um grupo de viajantes ingleses que se fixou em Tebas entre 1860 e 1870, e que comprou o sarcófago da múmia de alguns ladrões de túmulos locais.
The Unlucky Mummy (it's really a coffin) was supposed to bring bad luck to anyone who owned it http://t.co/wKxF6M3TBR pic.twitter.com/BkbS2Qog4h
— British Museum (@britishmuseum) September 17, 2014
Durante a viagem de volta, Murray e seus companheiros teriam sofrido com uma série de desastres, como o desaparecimento de um deles durante uma incursão no deserto. Outro membro do grupo teria perdido o braço após ter sido baleado acidentalmente por um servo. Também havia boatos de que os viajantes sofreram doenças graves ou graves problemas econômicos após o retorno à Inglaterra.
Em solo inglês, a tampa do sarcófago passou para as mãos da Sra. Warwick Hunt, irmã de uma das vítimas da suposta maldição. Em 1889, a peça foi finalmente doada ao Museu Britânico, mas sua fama de maldita estava longe de acabar.
No início do século XX, a imprensa sensacionalista explorou as lendas sobre a suposta maldição. Uma delas dizia que um fotógrafo que tentou fotografá-la no Museu acabou morrendo. Além disso, o jornalista Bertram Fletcher Robinson, falecido em 1907, também teria sido uma vítima. Depois de não resistir a uma febre aguda, algumas pessoas, como o escritor Arthur Conan Doyle (famoso por ter criado Sherlock Holmes), atribuíram a sua morte à investigação sobre os acontecimentos envolvendo a múmia.
Uma das lendas mais conhecidas sobre a maldição da múmia envolve o naufrágio do Titanic, ocorrido em 12 de abril de 1912. Um sobrevivente da tragédia disse em entrevista ao jornal New York World que o jornalista William Stead havia contado uma série de histórias assombrosas envolvendo a múmia aos seus companheiros de viagem antes que o navio afundasse. Os relatos fantásticos de Stead (que morreu no naufrágio) teriam contribuído para o trágico destino do transatlântico.
Love culture and heritage? Visit @natmuseum_sg to see artefacts, seen here 'The Unlucky Mummy' #treasures_nms pic.twitter.com/D5vsTuUI8f
— Dept. Int. Trade SGP (@tradegovukSGP) March 21, 2016
Sem compromisso com a verdade, jornais da época contribuíram para propagar e aumentar a lenda. Com o tempo, surgiram até mesmo rumores sem fundamento de que a tampa do sarcófago estava a bordo do Titanic. Mas, de acordo com o Museu Britânico, a peça nunca saiu da instituição.