Historiador afirma que papa Pio XII salvou 15 mil judeus do Holocausto
O papel do papa Pio XII em relação às atrocidades cometidas pelos nazistas é motivo de controvérsia há décadas. O pontífice foi acusado por críticos de se calado durante o Holocausto, pois ele não teria condenado publicamente as políticas genocidas de Adolf Hitler. Mas, agora, um historiador alemão diz que o chefe da Igreja Católica salvou pelo menos 15 mil judeus perseguidos pelo Terceiro Reich.
Pio XII e o Holocausto
O Vaticano começou a abrir os arquivos sobre Pio XII em 2020, a pedido de pesquisadores e grupos judaicos. Na ocasião, o papa Francisco disse que os documentos estavam sendo liberados porque "a Igreja não tem medo de segredos". O material contém milhões de cartas, mensagens e correspondências de Pio XII, cujo pontificado durou de 1939 a 1958.
O historiador alemão Michael Feldkamp foi um dos pesquisadores que tiveram acesso ao material. Segundo ele, os documentos indicam que não é verdade que Pio XII teria ficado calado em relação ao Holocausto. Em 1942, o pontífice teria enviado um relatório a autoridades dos Estados Unidos sobre a perseguição e extermínio dos judeus, mas não obteve resposta.
Feldkamp disse ainda que os documentos revelam que Pio XII "salvou pessoalmente cerca de 15 mil judeus por meio de seus próprios esforços, abrindo mosteiros e transformando claustros para que pessoas pudessem se esconder". Apesar de ter sido acusado de ter sido conivente com o nazismo, o Vaticano defende que o papa atuou diplomaticamente nos bastidores para salvar o maior número possível de pessoas.