Amostra da Lua lacrada a vácuo há 50 anos é aberta pela NASA
Amostras da Lua coletadas na última missão tripulada ao satélite natural da Terra começaram a ser abertas após 50 anos pela NASA. O material ficou lacrado a vácuo durante todo esse tempo. A agência espacial esperou até agora para abri-lo porque queria aproveitar a tecnologia futura para analisar o conteúdo.
Substâncias voláteis
Os astronautas Eugene Cernan e Harrison “Jack” Schmitt coletaram as amostras durante a missão Apollo 17, em dezembro de 1972. Para isso, eles martelaram um par de tubos na superfície lunar para coletar segmentos de rochas e solo de um depósito de deslizamento de terra no vale conhecido como Taurus-Littrow. Antes de serem trazidos para a Terra, um dos tubos foi lacrado no vácuo da Lua e o outro não.
O tubo lacrado foi cuidadosamente armazenado em um ambiente com atmosfera controlada nos laboratórios da NASA desde então. Já o tubo não lacrado foi aberto em 2019 e revelou uma interessante variedade de grãos e objetos menores que os geólogos lunares estavam ansiosos para estudar. Segundo os cientistas, o tubo lacrado a vácuo é mais interessante porque pode conter substâncias chamadas 'voláteis' (que evaporam em temperaturas normais, como gelo de água e dióxido de carbono).
Os pesquisadores acreditam que a quantidade de gás presente na amostra lacrada é provavelmente muito baixa. Se os cientistas puderem extrair cuidadosamente esses gases, eles poderão ser analisados e identificados usando a moderna tecnologia de espectrometria de massa. “Cada componente de gás analisado pode ajudar a contar uma parte diferente da história sobre a origem e evolução dos voláteis na Lua e no início do Sistema Solar”, disse Francesca McDonald, cientista da Agência Espacial Europeia (ESA), que também participa do projeto.