Asteroide Bennu pode ser fragmento de um mundo oceânico, indicam amostras
Depois de superar problemas técnicos que atrasaram a abertura da cápsula que trouxe amostras do asteroide Bennu para a Terra, cientistas começaram a estudar o material. As primeiras análises foram feitas por pesquisadores da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos. Os resultados iniciais sugerem que o objeto espacial pode ser o fragmento de um mundo oceânico antigo.
Mundo rico em água
Os cientistas acreditam que o Bennu fazia parte de um mundo rico em água que existiu há bilhões de anos. A equipe concluiu que algumas das rochas escuras do asteroide são revestidas por uma fina crosta de um raro fosfato rico em cálcio e magnésio que foi observado anteriormente em Encélado, lua de Saturno. Pesquisas indicam que esse satélite natural pode abrigar um oceano de água salgada líquida.
Em entrevista ao site New Scientist, Dante Lauretta, da Universidade do Arizona e cientista principal da missão, disse que é possível que o Bennu pode ter feito parte de uma rocha espacial semelhante a Encélado, embora com apenas metade do seu tamanho. “A minha hipótese é que este era um antigo mundo oceânico”, afirmou. Ele acrescentou ainda que as amostras do asteroide contêm estruturas que poderiam fornecer pistas sobre as origens da vida.
Análises preliminares de amostras do Bennu recuperados do lado externo da tampa da cápsula já haviam determinado que o material continha carbono e água, elementos fundamentais para a existência de vida no nosso planeta. A NASA diz que as amostras do asteroide serão estudadas nas próximas décadas, oferecendo informações sobre como o nosso Sistema Solar foi formado, como os materiais precursores da vida podem ter sido semeados na Terra e quais precauções precisam ser tomadas para evitar colisões de asteroides com nosso planeta natal.