NASA pede ajuda ao Vaticano para investigar amostras do asteroide Bennu
Recentemente, chegaram à Terra as amostras do asteroide Bennu coletadas pela missão OSIRIS-REx, da NASA. Segundo os cientistas, o material irá ajudar a entender melhor a formação planetária e a origem da vida terrestre. Para analisar a poeira e rochas coletadas do objeto, a agência espacial dos Estados Unidos pediu ajuda a uma fonte inusitada: o Vaticano.
Observatório do Vaticano
Há cerca de três anos, quando os pesquisadores da NASA viram imagens feitas pela OSIRIS-REx após a missão ter pousado na superfície de Bennu, eles ficaram intrigados. O asteroide não parecia nem se comportava como eles imaginavam. Inicialmente, os cientistas acreditavam, que ele que estaria coberto de pequenas pedras. Em vez disso, imagens em close mostravam pedras e uma superfície que funcionava como uma piscina de bolinhas de plástico.
Agora que as amostras chegaram, os cientistas da agência espacial solicitaram a assistência do padre Robert J. Macke, curador da coleção de meteoritos do Observatório do Vaticano e um dos maiores especialistas em rochas espaciais do mundo. No ano passado, ele trabalhou no desenvolvimento de um dispositivo para estudar a densidade das amostras do Bennu. O religioso irá se juntar aos pesquisadores da NASA nos Estados Unidos para utilizar o equipamento, chamado de picnômetro de gás ideal.
Com a ajuda do equipamento do padre, a NASA espera solucionar o mistério das rochas da superfície de Bennu. Embora nem todos saibam, o Vaticano tem um observatório composto por astrônomos jesuítas desde a década de 1930. Antes disso, em meados de 1800, o padre Angelo Secchi construiu um observatório no telhado da Igreja de Santo Inácio de Loyola, em Roma. “Não vejo conflito entre fé e ciência”, disse o padre Macke.
O asteroide Bennu, que tem diâmetro de aproximadamente 490 metros, tem sua trajetória acompanhada com atenção pelos astrônomos. De acordo com a NASA, esse objeto espacial tem uma chance em 2.700 de atingir a Terra no ano de 2182. Mesmo que a possibilidade seja remota, isso faz dele o asteroide potencialmente perigoso que oferece o maior risco de colisão contra o nosso planeta.