Astrônomos encontram resquícios deixados pelas estrelas mais antigas do universo
Usando dados do telescópio VLT (Very Large Telescope) do Observatório Europeu do Sul (ESO), pesquisadores encontraram pela primeira vez evidências deixadas pela explosão das mais antigas estrelas no universo. Eles detectaram três nuvens de gás distantes cuja composição química corresponde ao que se espera das primeiras explosões estelares. A descoberta irá ajudar os astrônomos a entender melhor o que aconteceu logo após o Big Bang.
Explosões estelares
Os pesquisadores acreditam que as primeiras estrelas que se formaram no universo eram muito diferentes das que vemos hoje. Quando surgiram, há 13,5 bilhões de anos, elas continham apenas hidrogênio e hélio, os elementos químicos mais simples da natureza. Essas estrelas, que podem ter sido centenas de vezes mais massivas que o nosso Sol, morreram rapidamente em poderosas explosões conhecidas como supernovas, enriquecendo o gás em sua volta com elementos mais pesados. Gerações posteriores de estrelas nasceram desse gás enriquecido e, por sua vez, ejetaram elementos mais pesados quando elas também morreram.
Os resquícios deixados por essas explosões estelares são uma rica fonte de informações para os pesquisadores. "As estrelas primordiais podem ser estudadas indiretamente, detectando os elementos químicos que dispersaram em seu ambiente após a morte”, disse Stefania Salvadori, professora da Universidade de Florença, na Itália e coautora do estudo publicado no periódico científico Astrophysical Journal. Durante o estudo, a equipe encontrou três nuvens de gás muito distantes, observadas quando o universo tinha apenas 10 a 15% de sua idade atual.
A composição química identificada nessas nuvens de gás também foi observada em muitas estrelas antigas em nossa própria galáxia, que os pesquisadores consideram estrelas de segunda geração que se formaram diretamente das 'cinzas' das primeiras. O novo estudo encontrou tais cinzas no início do Universo, adicionando assim uma peça que faltava nesse quebra-cabeça astronômico. “Nossa descoberta abre novos caminhos para estudar indiretamente a natureza das primeiras estrelas, complementando totalmente os estudos de estrelas em nossa galáxia”, afirmou Salvadori.