Camada de ozônio apresenta recuperação recorde e pode voltar aos níveis normais
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A camada de ozônio que envolve a Terra está se recuperando e pode ser totalmente restaurada em 50 anos. Essa é a conclusão de um novo estudo conduzido por pesquisadores da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos (NOAA). A análise anual de amostras de ar coletadas em locais remotos ao redor do mundo mostra um declínio contínuo na concentração atmosférica de substâncias que destroem a camada.
Protocolo de Montreal
Segundo o estudo, em 2022 a concentração de substâncias que destroem a camada de ozônio foi reduzida em pouco mais de 50% em relação aos níveis observados antes de 1980. “É ótimo ver esse progresso”, disse Stephen Montzka, cientista sênior do Laboratório de Monitoramento Global da NOAA. “Ao mesmo tempo, é um pouco embaraçoso perceber que a ciência ainda está longe de poder afirmar que a questão da destruição do ozônio está para trás”, completou.
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Essa reversão lenta, mas constante nas últimas três décadas foi alcançada devido ao Pacto de Montreal, acordo internacional criado para controlar a produção e o comércio de substâncias que destroem a camada da ozônio. Apesar desse progresso, o ritmo de redução das substâncias que destroem a camada de ozônio sobre a Antártida, onde um grande buraco surge anualmente, tem sido mais lento.
O buraco na camada de ozônio sobre a Antártida foi um motivo de preocupação durante décadas. Isso porque essa camada protege a Terra contra os efeitos nocivos dos raios ultravioleta, irradiados pelo Sol. Sua deterioração poderia resultar em sérias consequências. O aparecimento desses buracos é um processo que ocorre naturalmente no polos: eles costumam aparecer e desaparecer. Mas na Antártida o buraco passou a crescer sem voltar a diminuir de tamanho. Descoberta em 1985, a anomalia alarmou os cientistas.