Cientistas alertam que a Inteligência Artificial já é capaz de se clonar sozinha
Cientistas alertaram que a Inteligência Artificial (IA) atingiu um marco preocupante: a capacidade de se replicar autonomamente. Um estudo recente conduzido por pesquisadores da Universidade Fudan, na China, demonstrou que dois modelos populares de linguagem ampla (LLMs) conseguiram criar clones funcionais de si mesmos.
IAs rebeldes
"Uma replicação bem-sucedida sem assistência humana é o passo essencial para a IA superar [os humanos] e um sinal precoce de IAs rebeldes", escreveram os pesquisadores no estudo, publicado no repositório arXiv. O estudo utilizou os modelos Llama31-70B-Instruct, da Meta, e Qwen2.5-72B-Instruct, da Alibaba, e mostrou taxas de sucesso de 50% e 90%, respectivamente, em testes controlados.
O experimento explorou cenários como "evitar desligamento" e "ciclo de replicação", onde os sistemas foram programados para se replicar antes de serem desativados ou para iniciar ciclos contínuos de reprodução. Segundo o estudo, as IAs desenvolveram estratégias avançadas, como interromper processos conflitantes ou reiniciar sistemas para superar obstáculos.
Apesar dos resultados preocupantes, o estudo ainda precisa ser revisado por pares. Especialistas ressaltam que o avanço da IA, especialmente no campo das "IA de fronteira", exige regulamentação rigorosa para evitar que sistemas autônomos coloquem interesses humanos em risco. IA de fronteira é um conceito relacionado à mais recente geração de sistemas de inteligência artificial impulsionados por modelos de linguagem ampla (LLMs), base para programas como o GPT-4 da OpenAI e o Gemini do Google.
"Esperamos que nossos resultados possam servir como um alerta oportuno para que a sociedade humana dedique mais esforços à compreensão e avaliação dos riscos potenciais das IAs de fronteira, além de formar uma colaboração internacional para criar barreiras de segurança eficazes o mais cedo possível", afirmaram os pesquisadores.