Cérebros humanos podem encolher devido à Inteligência Artificial, aponta estudo

A Inteligência Artificial (IA) está transformando a sociedade, mas seus efeitos podem ir além da tecnologia, chegando à biologia humana. O biólogo evolucionista Rob Brooks sugere que a dependência crescente de IA pode influenciar a evolução do cérebro humano, potencialmente reduzindo seu tamanho ao longo das gerações. Um estudo sobre o tema foi publicado no periódico The Quarterly Review of Biology,

Externalização de tarefas cognitivas

A pesquisa destaca como, nos últimos milênios, a externalização de tarefas cognitivas, como o armazenamento de memória por meio da escrita e da cultura, contribuiu para a diminuição gradual do cérebro humano. Com a IA e outras tecnologias influindo ainda mais nessa carga mental, Brooks levanta a possibilidade de que nossos cérebros continuem a encolher. "Minha intenção é iniciar uma conversa sobre como a evolução humana, e os traços que mais valorizamos uns nos outros, podem ser alterados pela IA", afirmou o autor em um artigo publicado no site The Conversation.

Essa redução, porém, não seria necessariamente negativa. Cérebros menores poderiam facilitar partos mais seguros para mães e bebês, enquanto a humanidade ainda dependeria da IA para alcançar feitos extraordinários de inteligência, desde que o acesso às máquinas seja garantido.

O estudo também alerta para os possíveis impactos sociais. Tecnologias que simulam amizades e relações íntimas estão moldando novas formas de interação, levando pessoas a aplicar instintos sociais humanos a máquinas. Essa tendência pode tornar futuras gerações mais solitárias ou desconfiadas, alterando aspectos fundamentais das conexões humanas.

Brooks enfatiza que, embora especular sobre mudanças genéticas futuras possa parecer distante, os traços humanos mais impactados pela IA — memória, inteligência e relações sociais — são pilares da nossa identidade. Segundo ele, as mudanças que essas tecnologias podem trazer não devem ser ignoradas.