Cientistas desvendam mistério dos octógonos descobertos no fundo do mar
Durante uma expedição científica no estreito do Fram, entre o Oceano Ártico e o mar da Groenlândia, pesquisadores encontraram 106 octógonos "desenhados" na areia do fundo do mar. As figuras variavam de tamanho, algumas eram do tamanho de bolachas recheadas, enquanto outras eram tão grandes quanto uma pizza tamanho família. A descoberta deixou os cientistas intrigados: qual seria a origem dessas marcas feitas a uma profundidade de até quatro mil metros?
Mistério desvendado
Agora, uma equipe de pesquisadores apresentou a solução para o mistério. Em um novo estudo publicado no periódico científico Proceedings of the Royal Society B, os cientistas sugerem que os octógonos foram feitos pelo Cirroteuthis muelleri, única espécie conhecida de polvo que vive no Ártico. Segundo os cientistas, esses animais deixam marcas octogonais no lodo enquanto buscam por alimentos no fundo do mar.
Durante pesquisas no Ártico, os autores do estudo observaram os polvos descendo em uma coluna d'água e nadando lentamente logo acima do fundo do mar com os braços curvados para ficarem paralelos ao solo. Depois, eles giram as membranas entre seus braços, presumivelmente para capturar qualquer presa que possa estar entre eles e o fundo do mar. Esse movimento seria responsável pelas marcas octogonais peculiares.
"A utilização da coluna d'água para deriva e do fundo do mar para alimentação é um novo comportamento de migração para cefalópodes, mas conhecido de peixes gelatinosos e holotúrias", disseram os pesquisadores. “As principais razões ecológicas provavelmente são evitar a ameaça de predadores e economizar energia usando transporte passivo com correntes oceânicas”, concluíram.