Cientistas pretendem ressuscitar o lobo-da-tasmânia, espécie extinta desde 1936
O Lobo-da-Tasmânia (Thylacinus cynocephalus), espécie cujo último exemplar morreu em 1936, pode voltar à vida. Ao menos essa é a ideia da startup Colossal, que pretende resgatar esses animais da extinção. A empresa, fruto da união de forças entre o empresário Ben Lamm e o geneticista George Church, é a mesma que trabalha para ressuscitar os mamutes.
Genoma completo
A startup vai investir US$ 10 milhões para que cientistas da Universidade de Melbourne tragam o animal de volta. Para colocar o plano em prática, será necessário construir um genoma completo (provavelmente combinando o DNA do lobo-da-tasmânia com o do dunnart de cauda gorda, um marsupial do tamanho de um camundongo que é o parente vivo mais próximo do animal extinto). Em seguida, o genoma deve ser introduzido em uma célula-tronco que será estimulada para se tornar um embrião.
Se tudo correr como o planejado, o primeiro lobo-da-tasmânia da nova geração será produzido em 10 anos. A intenção da startup é reintroduzir o animal em áreas selecionadas na Austrália, na esperança de que isso tenha um impacto positivo nos ecossistemas locais. No passado, a espécie já desempenhou um papel fundamental na regulação do ecossistema ao caçar predadores não nativos que atacavam herbívoros nativos.
Os lobos-da-tasmânia eram grandes marsupiais carnívoros que pareciam uma cruza entre um lobo, uma raposa e um gato grande. Eles caçavam cangurus e outros marsupiais, além de roedores e pequenos pássaros, segundo o Museu Australiano. Os animais viviam em toda a Austrália continental, mas foram extintos no continente há cerca de dois mil anos, provavelmente devido à competição com dingos e à caça praticada por seres humanos. A partir daí, eles só eram encontrados na ilha da Tasmânia, onde eram considerados uma peste pela população local, o que contribuiu para sua extinção.