Cientistas sugerem que Marte pode voltar a ter água no futuro
Um grupo de cientistas dos Estados Unidos sugeriu que os barrancos nas encostas da região Terra Sirenum, em Marte, foram formados a partir de água líquida. Os pesquisadores ficaram surpresos, pois esses acidentes geográficos são muito parecidos com os que existem na Terra, nos Vales Secos da Antártida, originados pela erosão causada pelo derretimento de geleiras. A descoberta dá novas pistas que ajudarão na busca por vida em solo marciano, além de indicar que o Planeta Vermelho poderá ter água líquida novamente no futuro.
Inclinação de Marte
O problema com a existência dos barrancos em Marte é que eles existem principalmente em alturas onde não poderia haver água líquida devido ao clima marciano. No novo estudo, publicado na revista Science, os pesquisadores criaram um modelo que revelou que quando o eixo do Planeta Vermelho se inclina em um ângulo de 35 graus, a atmosfera se torna densa o suficiente para breves episódios de derretimento ocorrerem nos locais dos barrancos, formando água líquida.
“Sabemos por muitas de nossas pesquisas e estudos de outras pessoas que, no início da história de Marte, havia água corrente na superfície com redes de vales e lagos”, disse Jim Head, professor de ciências geológicas da Universidade Brown. “Mas há cerca de 3 bilhões de anos, toda aquela água líquida foi perdida, e Marte se tornou o que chamamos de deserto hiperárido ou polar. Segundo os pesquisadores, Marte eventualmente se inclinará em 35 graus novamente, permitindo que fontes localizadas de água líquida fluam mais uma vez.
O estudo levanta a questão fundamental de saber se a vida poderia existir em Marte. Isso porque a vida, como é conhecida na Terra, necessita de água líquida para existir. Por isso, Jay Dickson, pesquisador do Instituto de Tecnologia da Califórnia e líder do estudo, acredita que novas pesquisas devem se concentrar nesses barrancos para saber se o Planeta Vermelho já abrigou ou ainda abriga seres vivos.