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Coração fossilizado de 380 milhões de anos é encontrado bem preservado na Austrália

Estudo do órgão poderá ajudar a entender a evolução dos corpos humanos
Por History Channel Brasil em 16 de Setembro de 2022 às 10:00 HS
Coração fossilizado de 380 milhões de anos é encontrado bem preservado na Austrália-0

Pesquisadores encontraram um coração de 380 milhões de anos, o mais antigo já descoberto. O órgão fossilizado pertence a um peixe pré-histórico da classe dos artrodires que vivia na atual região da Formação Gogo, na Austrália, um importante sítio paleontológico. Segundo os cientistas, a descoberta ajudará a entender até mesmo a evolução dos corpos humanos.

Órgãos semelhantes aos de animais modernos

O fóssil do peixe também apresenta outros órgãos bem preservados, como estômago, intestino e fígado. De acordo com a nova pesquisa, publicada na revista científica Science, a posição dos órgãos é semelhante à anatomia de animais modernos. “Imagina-se que a evolução consiste em uma série de pequenos passos, mas esses fósseis antigos sugerem que houve um salto maior entre vertebrados sem mandíbula e com mandíbula. Esses peixes literalmente têm o coração na boca e sob as guelras – assim como os tubarões atuais”, disse Kate Trinajstic, líder da pesquisa e professora da Universidade Curtin.

O estômago preservado do fóssil do peixe visto sob o microscópio
O estômago preservado do fóssil do peixe visto sob o microscópio


 Segundo Trinajstic, a descoberta é notável, pois os tecidos moles de espécies antigas raramente são preservados. Ainda mais raro é encontrar um órgão preservado em três dimensões. “Como paleontóloga que estuda fósseis há mais de 20 anos, fiquei realmente surpresa ao encontrar um coração 3D e lindamente preservado em um ancestral de 380 milhões de anos", disse ela.

Os autores do estudo dizem que a nova descoberta esclarece a transição evolutiva na linha de vertebrados com mandíbulas, incluindo mamíferos e humanos. “Pela primeira vez, podemos ver todos os órgãos juntos em um peixe de mandíbula primitivo, e ficamos especialmente surpresos ao saber que eles não eram tão diferentes de nós”, disse Trinajstic.

Fontes
Universidade Curtin e IFLScience
Imagens
Yasmine Phillips/Universidade Curtin, via EurekAlert