Cristal de 830 milhões de anos que pode conter seres vivos será aberto por cientistas
Cientistas acreditam que um pedaço de cristal de sal-gema de 830 milhões de anos encontrado na Austrália pode conter seres vivos. Isso porque os pesquisadores identificaram indícios de vida procariótica e de algas dentro dele. Agora, os especialistas estão planejando abri-lo.
Cautela para abrir o cristal
A pesquisa, de autoria de cientistas da Sociedade Geológica da América, foi publicada na revista Geology. Por meio de uma série de técnicas de imagem, os pesquisadores identificaram que o pedaço de cristal conhecido como "halita" continha organismos unicelulares em pequenos cubos de líquido dentro do seu núcleo da formação. Como eles suspeitam que os microorganismos podem estar vivos, eles querem abrir a estrutura para verificar essa hipótese.
"A team of geologists has just discovered tiny remnants of prokaryotic and algal life – trapped inside crystals of halite dating back to 830 million years ago.” via @ScienceAlert https://t.co/mm5BWoGzqA pic.twitter.com/zurXxfAkYX
— RealClearScience (@RCScience) May 17, 2022
Caso a teoria se confirme, isso significa que esses microrganismos podem permanecer bem preservados na halita por centenas de milhões de anos. Segundo os pesquisadores, a descoberta poderia até ajudar na busca por vida em outros planetas. Os cientistas acreditam ser possível que bioassinaturas semelhantes possam ser detectadas em sedimentos químicos de Marte, por exemplo.
Apesar de haver certa preocupação por parte dos pesquisadores quanto à abertura do cristal, a geóloga Kathy Benison afirma que ela e seus colegas irão tomar os cuidados necessários para manipular algo que pode conter formas de vida presas há milhões de anos. Bonnie Baxter, bióloga do Westminster College (que não participa do estudo) afirmou que os riscos de uma pandemia apocalíptica ser desencadeada ao abrir o cristal são "extremamente baixos". Segundo ela, um organismo que nunca teve contato com a humanidade não teria os mecanismos necessários para causar doenças em indivíduos da nossa espécie.