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Descoberta uma tempestade solar catastrófica que atingiu a Terra há 2.600 anos

Esse tipo de fenômeno, conhecido como Evento Miyake poderia causar colapso tecnológico global se ocorresse hoje
Por History Channel Brasil em 28 de Dezembro de 2024 às 16:10 HS
Descoberta uma tempestade solar catastrófica que atingiu a Terra há 2.600 anos-0

As tempestades solares extremas são um tema que preocupa profundamente a comunidade científica, pois suas consequências podem ser devastadoras para a Terra. Agora, pesquisadores identificaram vestígios de um desses eventos que ocorreu em 664 a.C., cujas consequências, se repetidas hoje, poderiam comprometer satélites, redes elétricas e sistemas de comunicação em todo o mundo. Um estudos sobre o tema foi publicado na revista Communications Earth & Environment.

Eventos Miyake

As tempestades extremas, conhecidas como eventos Miyake, foram identificadas pela primeira vez em 2012, quando o físico japonês Fusa Miyake detectou picos de carbono radioativo em árvores. Esses eventos ocorrem quando o campo eletromagnético do Sol enfraquece, permitindo que plasma atinja a Terra, causando reações químicas que aumentam os níveis de isótopos radioativos.

A descoberta de um desses eventos ocorrido há 2.600 anos foi possível graças à análise de anéis de crescimento de árvores, que registram o carbono-14, um isótopo radioativo gerado pela radiação cósmica.  Acredita-se que apenas seis eventos desse tipo tenham ocorrido nos últimos 14.500 anos, sendo o mais recente no ano 993 d.C. "Se acontecessem hoje, (esses eventos) teriam efeitos catastróficos na tecnologia de comunicação", explicou Irina Panyushkina, pesquisadora da Universidade do Arizona e líder do estudo.

Além das árvores, os pesquisadores compararam os dados com registros de berílio-10 em núcleos de gelo dos polos. "Se os núcleos de gelo do Polo Norte e do Polo Sul mostrarem um aumento de berílio-10 no mesmo ano que os anéis das árvores indicam mais radiocarbono, sabemos que houve uma tempestade solar", detalhou Panyushkina.

Apesar de seus esforços, a equipe não sabe se é possível antecipar quando esses eventos podem ocorrer. "Os anéis das árvores nos dão uma ideia da magnitude dessas tempestades, mas não conseguimos detectar um padrão. É improvável que possamos prever quando um evento assim ocorrerá", afirmou a pesquisadora. 

Fontes
Universidade do Arizona e ABC.es
Imagens
istock