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Tempestade solar abre rara "estrada de mão dupla" entre a Terra e o Sol

Durante o evento, o fluxo usual de partículas do nosso planeta para a estrela passou a fluir em ambas as direções
Por History Channel Brasil em 17 de Agosto de 2024 às 11:39 HS
Tempestade solar abre rara "estrada de mão dupla" entre a Terra e o Sol-0

Uma raro fenômeno foi registrado durante uma forte tempestade solar que aconteceu em 24 de abril de 2023. Naquele dia, auroras iluminaram o céu noturno em regiões mais ao sul do que o comum, como no estado do Arizona, nos Estados Unidos. Um novo estudo revela que outro fato estranho ocorreu na mesma ocasião: durante um breve período, formou-se uma “estrada de mão dupla” entre o Sol e a Terra.

“Asas de Alfvén”

Enquanto a tempestade acontecia, o fluxo usual de partículas do Sol para a Terra de repente passou a fluir em ambas as direções. Uma postagem da NASA no X (antigo Twitter) explica que, por cerca de duas horas, o nosso planeta também lançou partículas de volta para a estrela. O estudo que descreve o fenômeno foi publicado no periódico Geophysical Research Letters. 

"Aqui está como essa reviravolta estranha aconteceu: quando a erupção solar passou rapidamente pelo nosso planeta, a Terra foi completamente envolvida pela nuvem de partículas. Em um momento, enquanto estava cercada pela tempestade, uma parte do “escudo” magnético da Terra se dissipou brevemente. (Não se preocupe, nossa atmosfera espessa ainda nos protege!)", diz a postagem da NASA.

Ainda de acordo com a agência espacial, a parte do escudo que se dissipou é chamada de "choque de proa" da Terra. Normalmente, o choque de proa cria uma barreira contra as partículas solares que chegam, as quais “salpicam” contra ele. Mas, como ele estava temporariamente desaparecido, o campo magnético dentro da erupção solar fundiu-se com o campo magnético da Terra. 

"As partículas presas pelo magnetismo da Terra de repente encontraram uma saída — um caminho direto para o Sol!", segundo a postagem da NASA. Os cientistas chamam essas “estradas” de partículas de “asas de Alfvén”. Elas são raras na Terra, mas comuns em outros lugares do nosso sistema solar, como nas luas de Júpiter.

Fontes
NASA e IFLScience
Imagens
Sijie Yu/New Jersey Institute of Technology, via NASA