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Embriões sintéticos de camundongos são criados sem a necessidade de espermatozoides ou óvulos

Pesquisadores esperam que nova técnica possa possibilitar o cultivo de tecidos e órgãos para transplante no futuro
Por History Channel Brasil em 04 de Agosto de 2022 às 19:41 HS
Embriões sintéticos de camundongos são criados sem a necessidade de espermatozoides ou óvulos-0

Pela primeira vez, pesquisadores de Israel conseguiram criar embriões sintéticos de camundongos sem a necessidade de fertilização de óvulos por espermatozoides. Para alcançar esse resultado, os cientistas utilizaram apenas células-tronco. Um estudo detalhando o experimento foi publicado na revista científica Cell.

Cultivo de órgãos para transplante

No estudo, os cientistas do Instituto Weizmann de Ciências em Israel usaram um biorreator especialmente projetado que serve como um útero artificial para o desenvolvimento de embriões. Dentro do dispositivo, os embriões flutuam em recipientes contendo uma solução cheia de nutrientes. Esses recipientes são presos em um cilindro giratório que os mantém em constante movimento para simular como o sangue e os nutrientes fluem para a placenta. O dispositivo também replica a pressão atmosférica de um útero de camundongo.

Os cientistas disseram que essa abordagem é extremamente valiosa porque poderia contornar as questões técnicas e éticas envolvidas no uso de embriões naturais em pesquisa e biotecnologia. "Mesmo no caso de camundongos, certos experimentos são inviáveis atualmente porque exigiriam milhares de embriões, enquanto o acesso a modelos derivados de células embrionárias de camundongos, que crescem aos milhões em incubadoras de laboratório, é praticamente ilimitado", diz um comunicado dos pesquisadores.

Segundo os cientistas, o método abre novos horizontes para estudar como as células-tronco formam vários órgãos no embrião em desenvolvimento. Os pesquisadores disseram ainda que têm esperança que a nova técnica possa possibilitar o cultivo de tecidos e órgãos para transplante usando modelos de embriões sintéticos no futuro. “Em vez de desenvolver um protocolo diferente para o crescimento de cada tipo de célula – por exemplo, as do rim ou do fígado – podemos um dia criar um modelo sintético semelhante ao embrião e isolar as células de que precisamos. Não precisaremos ditar aos órgãos como eles devem se desenvolver. O próprio embrião faz isso melhor”, disse Jacob Hanna, que liderou o estudo.

Fontes
Instituto Weizmann de Ciências e Live Science
Imagens
Instituto Weizmann de Ciências/Divulgação