Empresa de Elon Musk é acusada de maltratar macacos submetidos a implantes cerebrais
No ano passado, a Neuralink, empresa de Elon Musk, estampou as manchetes ao divulgar um vídeo de um macaco jogando videogame usando apenas a própria mente. Segundo os pesquisadores, isso foi possível após o animal ter sido submetido a um implante cerebral. Agora, a companhia está sendo acusada de maus-tratos aos primatas usados no projeto.
Primatas mantidos em cativeiro
As acusações partiram de um grupo chamado Physicians Committee for Responsible Medicine ("Comitê de médicos a favor da medicina responsável", em tradução livre). Representantes da entidade afirmaram que têm gravações que mostram maus-tratos contra os primatas mantidos em cativeiro pela Neuralink. O grupo prometeu entregar às autoridades documentos que indicam “sofrimento extremo como resultado de cuidado animal inadequado e experimentos com implantes altamente invasivos”.
De acordo com uma reportagem do site Business Insider, o relatório aponta que, dos 23 macacos mantidos pela Neuralink, somente 7 sobreviveram em 2020. Além disso, alguns animais teriam perdido dedos das patas "possivelmente por automutilação ou algum outro trauma não especificado".
A Neuralink negou as acusações. Em resposta, a empresa reconheceu que dois animais foram mortos "nas datas finais planejadas para coletar dados histológicos importantes". Outros seis macacos foram sacrificados por conselho médico da equipe veterinária da Universidade da Califórnia (os testes são feitos em conjunto com o Centro Nacional de Pesquisa de Primatas Davis, que faz parte da instituição de ensino). A companhia de Elon Musk disse ainda que investe em salas de bem-estar para os animais, respeitando as normas estaduais e federais dos EUA.
Fundada por Musk em sociedade com Max Hodak, a Neuralink trabalha no desenvolvimento de uma interface sem fio entre cérebro e máquinas. O objetivo é ajudar pessoas com problemas neurológicos, permitindo que controlem equipamentos remotamente, com o uso da mente.