Estrela Betelgeuse pode ter uma companheira oculta, aponta estudo
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Um novo estudo sugere que o brilho variável da estrela Betelgeuse, uma das mais brilhantes do céu noturno, pode não indicar uma explosão iminente como supernova. Em vez disso, a oscilação em seu brilho parece estar relacionada à presença de uma estrela companheira até agora não detectada, orbitando Betelgeuse e influenciando sua luminosidade.
“Betelbuddy”
De acordo com o astrofísico Jared Goldberg, do Flatiron Institute, essa estrela, apelidada de “Betelbuddy” ("Parceira de Betelgeuse", em tradução livre) empurra poeira que bloqueia a luz e deixa Betelgeuse momentaneamente mais brilhante. “Nós descartamos todas as causas intrínsecas possíveis para a variação do brilho que conseguimos imaginar”, disse Goldberg. “A única hipótese que parece fazer sentido é que Betelgeuse tem uma companheira”, completou.
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O estudo, desenvolvido em parceria com Meridith Joyce, da Universidade de Wyoming, e László Molnár, do Observatório Konkoly, na Hungria, investigou alternativas como mudanças na estrutura interna da estrela ou flutuações no seu campo magnético. No entanto, as simulações apontaram que a presença de uma companheira é a explicação mais provável.
A natureza exata da “Betelbuddy” ainda é incerta, mas os cientistas acreditam que seja uma estrela de até duas vezes a massa do Sol. “É difícil dizer o que a companheira realmente é, além das limitações de massa e órbita”, afirmou Joyce. Ela sugere que pode até se tratar de uma estrela de nêutrons, embora não haja evidências em observações de raios-X.
Os pesquisadores esperam obter imagens diretas da Betelbuddy nos próximos meses, especialmente em dezembro, quando uma janela de visibilidade favorável deve ocorrer. “Precisamos confirmar que a Betelbuddy realmente existe, já que nossos resultados se baseiam em inferências”, destacou Molnár.