Fóssil de 225 milhões de anos encontrado no sul do Brasil pertence a uma nova espécie
Pesquisadores brasileiros descobriram que um fóssil de 225 milhões de anos encontrado no Rio Grande do Sul pertence a uma espécie de réptil previamente desconhecida. Batizado de Maehary bonapartei, esse pequeno animal tinha parentesco com os pterossauros. Um estudo sobre o tema foi publicado na revista científica PeerJ.
Duas espécies distintas
O estudo também serviu para desfazer uma confusão. Em 2010, um grupo de cientistas descreveu dois fósseis coletados anteriormente no sítio fossilífero Linha São Luiz, em Faxinal do Soturno (RS). Inicialmente, eles acreditavam que ambos pertenciam a uma mesma espécie. Esse animal (do qual foram encontrados ossos do esqueleto pós-cranial e uma maxila com dentes) foi chamado pelos cientistas de Faxinalipterus minimus.
Mas novas análises dos fósseis de Faxinalipterus, permitiram concluir que havia ali duas espécies distintas. Ou seja, os ossos do esqueleto pós-cranial pertenceriam a um animal, enquanto a maxila seria de outro. Isso foi possível com base na comparação com um novo fóssil encontrado recentemente no mesmo local.
O novo fóssil é composto por um crânio incompleto, cuja maxila exibe as mesmas feições da maxila inicialmente atribuída ao Faxinalipterus, além de partes da mandíbula, partes de uma escápula e de vértebras. A partir daí, os cientistas redescreveram o Faxinalipterus minimus e classificaram a mandíbula como pertencente a uma nova espécie de réptil, o Maehary bonapartei. Esse animal de pequenas dimensões é considerado o mais primitivo da linha evolutiva que deu origem aos pterossauros.
O estudo foi assinado por pesquisadores do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Universidade Regional do Cariri, da Universidade Federal do Pampa (Unipampa), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia (COPPE/UFRJ).