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Fóssil de um réptil que viveu antes dos dinossauros é achado no Rio Grande do Sul

Animal é da linhagem que deu origem aos crocodilos e faz parte de um grupo anteriormente registrado apenas na Argentina e na China
Por History Channel Brasil em 23 de Junho de 2024 às 13:05 HS
Fóssil de um réptil que viveu antes dos dinossauros é achado no Rio Grande do Sul-0

O fóssil de um réptil que viveu antes dos dinossauros foi encontrado no município de Paraíso do Sul, na região central do Rio Grande do Sul. O achado é importante por ser o primeiro registro brasileiro do grupo Gracilisuchidae, anteriormente conhecido apenas na Argentina e na China. Um estudo descrevendo a nova espécie, batizada de Parvosuchus aurelioi, foi publicado no periódico Scientific Reports.

Parente dos crocodilos

O paleontólogo Rodrigo Temp Müller, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), identificou o fóssil entre materiais doados ao Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica (Cappa) por Pedro Lucas Porcela Aurélio, um entusiasta da paleontologia. A análise revelou um crânio completo, parte da coluna vertebral, cintura pélvica e membros posteriores, pertencentes a um pequeno réptil predador que viveu durante o Período Triássico, entre 247 e 237 milhões de anos atrás.

Parvosuchus aurelioi
Parvosuchus aurelioi (Ilustração: Matheus Fernandes Gadelha. Fotografia do crânio: Rodrigo Temp Müller)

Com base na forma dos dentes, é possível determinar que o Parvosuchus aurelioi se alimentava de outros animais. Além disso, a constituição leve do esqueleto revela que ele foi um animal veloz. Porém, com apenas um metro de comprimento, o réptil não era capaz de caçar os grandes herbívoros que habitavam a região naquele período. 

O primeiro fóssil de um gracilissuquideo foi descoberto na Argentina e descrito em 1972. Outros dois animais similares foram encontrados na China em 1973 e 2001. Segundo os pesquisadores, os únicos parentes próximos vivos de espécies desse grupo são os jacarés e crocodilos. Entretanto, ao contrário de seus descendentes modernos, esses animais extintos eram completamente terrestres.

Fontes
Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)
Imagens
Matheus Fernandes Gadelha/UFSM/Divulgação